Com um discurso de unidade partidária, e visando recuperar o espaço perdido pelo partido nas eleições passadas, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, se reuniu na capital com as principais lideranças petistas de Mato Grosso. É que com a briga entre a ex-senadora Serys Slhessarenko e o ex-deputado federal Carlos Abicalil nas eleições passadas, a legenda acabou perdendo a cadeira que ocupava no Senado, uma das duas na Assembleia Legislativa, e também na Câmara Federal, fatos vistos pela base nacional como inadmissíveis.
“Em todos os lugares por onde tenho passado procuro deixar claro para todos os filiados a responsabilidade nacional que temos. Somos o partido a governar o país pela 3ª vez consecutiva e não podemos nos dar ao luxo de ficar olhando para o passado. De deixar problemas pessoais, rixas, desentendimentos e picuinhas sobreporem os projetos do partido”, declarou o presidente, em tom severo, como que num ‘puxão de orelha’ às lideranças mato-grossenses.
De acordo com Falcão, o momento é de deixar o que passou para trás, mostrar responsabilidade e consciência partidária em prol de um projeto maior. Em todo país as três diretrizes principais para o próximo pleito são conservar as prefeituras que o PT já governa; buscar a eleger prefeitos nas capitais e cidades com mais de 150 mil habitantes; e ampliar o número de vereadores em todo país.
Com relação aos nomes para disputa eleitoral ao Palácio Alencastro, o presidente regional do PT, Ságuas Mores, afirmou que somente após o encontro nacional do PT, que acontece entre os dias 2 e 4 de setembro em Brasíla, onde será debatida a reforma do estatuto da legenda, feito uma avaliação da conjuntura nacional, e traçadas as diretrizes táticas e alianças para a disputa de 2012, é que serão discutidos os nomes expostos para a disputa.
“Por enquanto, oficialmente, não há nenhum nome colocado para a disputa na capital. Mas temos alguns em vista como o vereador Lúdio Cabral, o Alexandre César, o Carlos Abicalil, e me parece que até a ex-senadora Serys Slhessarenko”, disse ele, que logo após a entrevista coletiva, foi ‘desmentido’ pelo vereador Lúdio. Surpreso com a declaração de Ságuas, o parlamentar afirmou ter formalizado ao PT sua vontade de se candidatar a prefeito. “Formalizei, mas por via das dúvidas vou aproveitar a presença do presidente nacional para fazê-lo novamente”, disparou apontando que as picuinhas internas estão longe de serem extintas do PT.
Com relação à senadora Seys a crise no PT ainda teve outros capítulos neste ano, como o pedido de expulsão da petista e punição para integrantes do grupo dela. A ex-senadora acabou sendo punida com um ano de suspensão, recorreu a Executiva Nacional, tendo suspenso apenas o direito de voto por quatro meses – que se encerram no dia 29 de setembro. Com isso, na prática, conseguiu o direito de disputar o pleito do ano que vem. Resta saber agora que os desentendimentos entre o seu grupo e o de Abicalil terminaram.
