A Associação Mato-grossense dos Municípios realizou nesta sexta-feira (19) mais uma etapa do projeto de integração funcional que visa fomentar a socialização entre os colaboradores. O projeto consiste em uma breve apresentação de momentos que marcaram a trajetória dos funcionários para que os colegas possam se conhecer melhor, além de facilitar uma troca da experiência. Os protagonistas de hoje foram a jornalista Rosimara Nunes e a engenheira sanitarista Fernanda Amorim.

A principal mensagem de Rosimara aos colegas foi que não se consegue nada sozinho. “Não somos auto-suficientes. Precisamos da ajuda de outras pessoas para construir o nosso caminho”, assinalou. Esse apoio foi fundamental para que ela superasse as perdas familiares, avançasse nos estudos e se preparasse para o trabalho.

Natural de Corumbá (MS), por decisão dos pais a família se mudou para Cuiabá em 1984. O processo de transição foi um pouco difícil, pois era uma outra cidade, um outro estado, uma nova vida. Sua principal dificuldade foi na escola, pois quando chegou a Cuiabá o ano letivo já tinha começado, o que ocasionou grande ansiedade. Mas como o tempo tudo resolve, bastaram alguns meses para que ela e a família se adaptassem à nova realidade.

Um dos principais dramas na vida da jornalista foi a perda dos pais. Aos 14 anos perdeu a mãe, o que ocasionou grande turbulência emocional, já que estava na adolescência, num período em que a figura materna é considerada primordial. À medida que o tempo foi passando é que ela foi descobrindo os efeitos daquela perda, porém, com a ajuda do pai e dos quatro irmãos superou a fase difícil.

Doze anos mais tarde perdeu o pai, o que abalou a família profundamente. Os cinco irmãos já eram adultos, independentes, porém isso não amenizou a dor que a perda representou para todos. Naquele momento, perceberam que eram só eles. Eram só os cinco, que acabaram fortalecendo os laços afetivos, uniram-se ainda mais, pois entendiam que esse era o desejo dos pais: ter uma família feliz, que se ajudasse e que se entendesse, o que foi facilmente realizado.

O sonho de cursar uma faculdade custou um pouco a ser conquistado, pois como estudou em escola pública durante toda a sua fase escolar, passar no vestibular se transformou em um grande desafio. Com a ajuda da família, preparou-se durante um ano para finalmente ingressar no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso.

Após a conclusão da faculdade de jornalismo, o novo desafio passou a ser conseguir um emprego. Com a ajuda de uma colega da UFMT conseguiu um estágio na Secretaria de Estado de Educação. Após poucos meses na Seduc, teve a oportunidade de conseguir um novo estágio, dessa vez na Associação Mato-grossense dos Municípios, onde trabalha até hoje. Recebeu o apoio da instituição em momentos decisivos e também teve a oportunidade de se qualificar. Em 2002 concluiu uma pós-graduação realizada em Cuiabá pela Fundação Armando Alvares Penteado em parceria com a AMM. Em 2004 decidiu fazer uma nova faculdade e optou pelo curso de Administração, que concluiu em 2008 pela UFMT.

Bastante emotiva, a engenheira sanitarista Fernanda Amorim, também coordenadora do curso de Auxiliar Administrativo da Construção Civil, realizado pela AMM, ficou bastante emocionada ao contar sua trajetória. Casada há cinco anos, Fernanda é mãe de um bebê de um ano e meio, motivo de seus mais importantes momentos de felicidade.

Mas nem tudo foi alegria na vida da jovem, de apenas 25 anos. Natural de Cuiabá, Fernanda cresceu no bairro Pedregal. Também estudante de escola pública, quando cursava o segundo ano do ensino médio na escola João Briene de Camargo, a professora de matemática comentou com ela sobre um projeto social desenvolvido pelo colégio São Gonçalo. A escola ira selecionar estudantes de escola pública para cursar o terceiro ano noturno visando a preparação para o vestibular.

Fernanda não teve dúvidas. Participou do teste e foi selecionada para integrar a turma, que contava com a participação de cerca de 600 alunos. Na metade do ano foram selecionados os melhores dessa turma e Fernanda estava entre eles. Passou então a estudar no período vespertino e ampliou as horas de estudo para vencer o grande desafio de passar no vestibular.

Ela não poupou esforços para se qualificar e vencer na vida. Tinha muitos sonhos e entendia que só poderia concretizá-los se conseguisse estudar. Tendo essa constatação como incentivo, foi `a luta. Com todo o esforço concluiu o curso intensivo no São Gonçalo, inscreveu-se no vestibular para engenharia sanitária da UFMT e conseguiu ser aprovada aos 16 anos. Formou-se há três anos e passou a trabalhar na AMM em 2011.

A organização e dedicação conferiram também à Fernanda a coordenação do curso Auxiliar Administrativo da Construção Civil, projeto social desenvolvido pela AMM. A iniciativa proporciona a oportunidade para que jovens de 16 a 24 anos se qualifiquem para o primeiro emprego. O curso é gratuito e foi idealizado pela instituição a partir de uma pesquisa sobre o mapa da ocupação e desemprego nos municípios da região metropolitana de Cuiabá. O levantamento apontou que o desemprego está concentrado entre os jovens. O curso teve início no dia 9 de agosto na AMM. “Eu olho aqueles alunos e lembro da minha situação, vejo neles muita vontade de aprender e por isso eles agarraram a oportunidade”, assinalou a engenheira.