Um homem visionário, que marcou a história mato-grossense com estilo e personalidade. Decidido, Pulso firme. Mas, ainda com toda a firmeza, alguém que conseguia deixar transparecer seu lado humano e espirituoso. Esse foi Cloves Felício Vettorato que, há exato um ano, em 18 de abril de 2008, faleceu, deixando saudade e deixando história em diversos setores de Mato Grosso.
Vetoratto morreu aos 63 anos por falência múltipla dos órgãos, em decorrência do agravamento de um câncer de pulmão. Seu último cargo foi o de secretário extraordinário de Projetos Estratégicos. Nada melhor para um homem de mente estrategista, que, extraordinariamente, pensou e executou idéias para a melhoria de Mato Grosso.
Amigo pessoal de Cloves, o governador Blairo Maggi fala sobre a dolorosa ausência. “Completamos exatos um ano resumidos em muita saudade. Quando a gente perde um amigo muito querido, sente falta de tudo que foi bom, de tudo que vivemos, e no início ficamos meio mancos de alguma coisa, como se ficássemos sem chão. Vetoratto era além de uma pessoa extraordinária um grande parceiro do Governo, sempre muito atento às questões de Estado e um homem de visão”.
Vettorato era gaúcho, de Alegria (RS), e formou-se em administração de empresas pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS). Por 22 anos residiu no Estado de Mato Grosso com a esposa Elisabeth e o filho Gustavo.
A vida profissional foi muito intensa e reconhecida. Ele trabalhou em empresas como o Grupo Olvebra e Petropar Agropecuária. Entre outras atividades, foi integrante das diretorias da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (Acir), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e Produtores de Algodão (Ampa). Vettorato foi assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, diretor e um dos fundadores da Fundação Mato Grosso, secretário de Estado de Desenvolvimento Rural. Idealizador do Programa de Desenvolvimento MT Regional, concretizou a criação dos 15 consórcios intermunicipais de desenvolvimento econômico e sócio-ambiental, beneficiando 139 Municípios.
O deputado federal Homero Pereira é mais um dos admiradores de Cloves, e também fala da perda. “Além de um grande amigo, ele foi um dos maiores pensadores contemporâneos de Mato Grosso. Pensava e materializava seus pensamentos. Foi defensor das associações, e seus ideais ajudaram a fundar a Ampa e Aprosoja, por exemplo. Como secretário extraordinário de projetos estratégicos do governo do Estado, quase todos os programas que funcionam bem hoje saíram da cabeça do Cloves, como, por exemplo, o MT Gás, o MT Regional e outros programas. Mato Grosso sente uma grande perda. Precisamos de pensadores com ousadia e com a capacidade de envolver as pessoas em torno de suas idéias, como foi o Cloves”, diz Homero.
Vettorato também deixou trabalhos imortalizados por meio das letras. Escreveu o livro “Os impostos na produção de alimentos”, além de dezenas de artigos para jornais e revistas. Ele realizou viagens de negócios para os Estados Unidos, China, Japão e países da Europa e América do Sul a fim de viabilizar investimentos e divulgar as potencialidades de Mato Grosso.
“Numa das últimas vezes que o visitei antes do seu falecimento, ficamos a sós e ele me entregou umas anotações feitas por ele, cerca de 50 ou 60 páginas, onde detalhava com uma riqueza que lhe era peculiar todas as projeções para o Estado, críticas pontuais, uma análise dele, feita enquanto participante do Governo, enquanto homem visionário, mas, acima de tudo enquanto cidadão, como meu amigo, como alguém - e tão somente ele era capaz - de enxergar além do tempo, além do fato, além das pessoas. Então, sob todos os aspectos ele continua ‘presente’ entre nós. Na vida, só sentimos falta daquilo que foi bom, das coisas e pessoas que nos fizeram bem. Cloves Vetoratto deixou saudade (...) e faz muita falta a todos aqueles que tiveram a honra e o prazer de conhecê-lo tão bem quanto eu”, emociona-se Blairo Maggi.
Clóves Vettorato era um otimista, e um apaixonado pela pátria. Foi enterrado com a bandeira de Mato Grosso, como havia pedido. Em um ano, muita saudade, muita lembrança, e a certeza cada vez maior de que ele deixou contribuições eternas ao progresso do Estado e às lembranças de quem teve a graciosa oportunidade de tê-lo por perto.
(Foto: Marcos Bergamasco/Secom-MT)
