Olhar Direto

Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Política BR

economia

Para se proteger da crise, governo vai economizar R$ 10 bilhões

O governo anunciou um pacote para se proteger da crise mundial. Vai economizar R$ 10 bilhões. Os gastos programados para este ano vão ser mantidos. O que a presidente...

O governo anunciou um pacote para se proteger da crise mundial. Vai economizar R$ 10 bilhões. Os gastos programados para este ano vão ser mantidos. O que a presidente Dilma Rousseff quer é segurar e evitar novas despesas.


O problema pode estar do outro lado do Palácio do Planalto: no Congresso. São, pelo menos, três propostas que aumentam muito as despesas e podem arrebentar esse plano do governo: mais dinheiro para a saúde e aumentos salariais para o Judiciário, policiais militares e bombeiros.

Poupar mais – foi o que governo decidiu fazer para ajudar o país a enfrentar a crise internacional. “Eu acredito que a situação pode piorar. Em função disso, nós estaremos preparados, de modo que dessa vez seja mais suave do que foi até 2008 e 2009”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A economia para pagar os juros da dívida publica vai aumentar em R$ 10 bilhões este ano. A meta agora é economizar R$ 127,9 bilhões. “É uma medida de prudência. Num momento em que a economia mundial está muito instável e pode ir para a uma crise, o governo está querendo estar protegido e estar pouco endividado. Provavelmente é o que um pai de família faria se tivesse uma receita extra e tivesse alguma dívida”, avalia o economista Roberto Ellery.

Boa parte dessa poupança já está nos cofres do governo, que bateu recorde de arrecadação de impostos. Com isso, conseguiu economizar em sete meses 80% do que pretendia para o ano inteiro.

“O ponto fundamental é entender que, apesar desse aumento do superávit primário, o gasto público no Brasil em 2011 está crescendo. O que está ocorrendo, na verdade, é que, como aumentou muito a arrecadação, porque a economia está aquecida e porque o governo teve algumas receitas tributária atípicas, o governo não está gastando todo o aumento da arrecadação”, observa Eduardo Giannetti, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

O economista Celso Toledo acha que o governo acertou com a medida que abre caminho para uma redução na taxa de juros a médio e longo prazos. “Se o governo não fizesse isso, ele ia ter de forçar o setor privado a fazê-lo. Para isso, ele teria de puxar a taxa de juros. Quando ele decide fazer, ele não precisa aplicar esse remédio. Daí a economia dá uma esfriada e ele não precisa induzir esse esfriamento via aumento de taxas de juros”, explica.

Sindicalistas que se reuniram com a presidente Dilma Rousseff criticaram a decisão, mas prometeram um voto de confiança no governo na expectativa de que os juros caiam logo. “Nós achamos e deixamos isso claro. Só acreditaríamos na situação de aumentar superávit se caírem juros imediatamente”, declarou Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.

A oposição cobrou um controle maior de gastos. “O governo precisa cortar muito mais. O governo precisa fazer uma reforma administrativa. Precisa eliminar estruturas desnecessárias. Gasta muito com o supérfluo”, acusou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do partido no Senado.

O governo fez novo apelo ao Congresso para que não aprove projetos que aumentem despesas. “Tem de ter uma sintonia muito próxima entre as ações do governo e do Congresso nacional”, afirmou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Além da oposição, que quer aprovar os projetos, a desunião dos partidos que apóiam o governo também pode complicar os planos da presidente Dilma Rousseff, que voltou a apelar na segunda-feira (29) para que o Congresso não crie novas despesas.


Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet