O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Sorriso (412 km de Cuiabá), Santinho Salerno, que gravou a maior parte das conversas com vereadores supostamente exigindo propina para aprovar projetos do Poder Executivo, pediu exoneração do cargo nesta terça-feira.

A motivação estaria na incompatibilidade de tempo para cuidar de seus negócios, ao passo em que exerce cargo no primeiro escalão do prefeito Clomir Bedin, o “Chicão” (PMDB). O gestor municipal está em viagem a Brasília e ainda não se manifestou oficialmente sobre a demissão voluntária de Salerno.

O secretário foi acusado pelos vereadores Gerson Frâncio, o “Jaburu (PSB), e Chagas Abrantes (PR), de “armar uma cilada” para incriminá-los – junto com a vereadora Roseane Amorin (PR). Segundo Jaburu, Santinho teria iniciado uma negociação para que os vereadores vendessem os votos na aprovação das contas do prefeito, exercício 2009. Então os vereadores teriam “dado corda” à negociação para “pegar Santinho no pulo”.

Porém, Salerno sustenta que as gravações começaram depois das extorsões e com autorização do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado. O MP atestou que as gravações foram lícitas e que houve fortes indícios de cobrança de propina, principalmente por parte de Jaburu.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Sorriso investiga o caso, que pode culminar – ou não – com o afastamento definitivo dos três parlamentares.