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Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

EUA querem ampliar em 500 mil por ano cadastro de DNA de suspeitos

A Justiça dos Estados Unidos e o FBI (Polícia Federal americana) estão expandindo suas bases de dados para incluir informações sobre pessoas que foram presas ou detidas e ainda aguardam julgamento no país. A ideia é coletar o DNA de até 500 mil suspeitos por ano para manter uma ficha atualizada sobre crimes no país, informa reportagem do jornal "The New York Times".


A medida, cujo objetivo é agilizar a resolução de crimes, levantou polêmica em torno do uso do código genético de pessoas que ainda não foram julgadas. Ao menos 16 Estados já coletam esse tipo de dados, mesmo de suspeitos que não foram condenados.

A partir deste mês, o FBI deve coletar perfis da Justiça de 15 Estados, com a lista de suspeitos que aguardam julgamento e imigrantes ilegais detidos.

O FBI conta com uma base de dados com registros de mais de 6,7 milhões de pessoas --e a atualiza anualmente com cerca de 80 mil novos nomes. Com o apoio da Justiça, a expectativa é de que mais de 500 mil perfis anuais sejam adicionados aos arquivos da polícia.

Especialistas em justiça criminal defendem que os EUA estão se tornando, cada vez mais, um país de "vigilância genética".

Autoridades judiciais afirmam, informa o jornal, que acrescentar dados de pessoas inocentes pode ajudar a resolver crimes mais violentos. A defesa é que a identificação pelo DNA já ajudou a acusar milhares de suspeitos e absolver mais de 200 pessoas condenadas erroneamente.

"A base de dados de DNA foi inicialmente criada para lidarmos com crimes de violência sexual e homicídios", afirma Harry Levine, professor de sociologia da City University, em Nova York. "Com o passar do tempo, mais e mais crimes foram acrescentados à base. Policiais e procuradores buscam os dados porque eles dão informações mais detalhadas que ajudam a criar uma lista de suspeitos."

Cortes do país têm sustentado leis que permitem a coleta compulsória do DNA de suspeitos e pessoas com passagem pela polícia. Defensores da medida dizem que a coleta do código genético de um suspeito não é muito diferente do que se fazia com as impressões digitais.

A polícia defende que a medida é importante porque é uma ferramenta de investigação mais precisa do que qualquer outra evidência.

"Já vi mulheres que procuram em livros e livros por suspeitos de estupro", afirmou Mitch Morrissey, procurador de Denver e um dos maiores defensores da medida. "Ela pode ajudar a salvar vidas de mulheres."

Rock Harmon, ex-procurador do condado de Alameda (California), afirma que não há perigo na coleta de DNA de inocentes, porque o código genético só vai ser encontrado se bater com algum coletado na cena de um crime. Para ele, "se você não fez nada de errado, não há o que temer".
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