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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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duplo assassinato

Arcanjo, desembargador e políticos são arrolados por defesa de acusado

Foto: Reprodução

Arcanjo, desembargador e políticos são arrolados por defesa de acusado
O 'comendador'João Arcanjo Ribeiro, preso desde 2007 na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), e o desembargador aposentado Licínio Carpinelli Stefani, e políticos foram arrolados como testemunhas do empresário Sérgio Marchett, acusado pelo Ministério Público de mandar matar os irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, em brutais assassinatos ocorridos em 10 de agosto de 1999 e em 28 de dezembro de 2000.


Os políticos arrolados são: o ex-prefeito de Rondonópolis Adilton Sachetti, deputado estadual Hermínio J. Barreto (PR), o suplente de deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) e o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Humberto Bosaipo. Empresários com endereços nos Estados Unidos, Bolívia, Colômbia, São Paulo e em Rondonópolis também estão entre as 16 testemunhas arroladas pela defesa de Marchett.

Os irmãos Araújo teriam sido assassinados por conta de uma disputa de terras com os Marchett. A empresária Mônica Marchett, filha de Sérgio Marchett, também foi acusada de ser mandante do crime. Os ex-policiais Hércules Araújo e Célio Alves são os acusados pela execução dos assassinatos.

O juiz da 3ª Vara Criminal de Rondonópolis, Marcos Faleiros da Silva, marcou para 8 de novembro de 2011, às 8 horas, a audiência de instrução e julgamento do empresário Sérgio Marchett. Ele responde processo por homicídio qualificado e formação de quadrilha.

Uma fonte do judiciário informou que ao apresentar 16 testemunhas, uma delas detida como o “comendador” João Arcanjo Ribeiro, dificulta a realização da audiência e faz com que o processo se torne mais lento.

Também há risco de prescrição do processo porque o empresário Sérgio Marchett já tem 70 anos. Desde abril ele é beneficiado pelo artigo 115 do Código Penal, que reduz pela metade o prazo de prescrição de crimes para idosos. A demora da Justiça pode livrar Sérgio Marchett do júri popular. Entre o prazo da denúncia do MPE, em 18 de março de 2004, já se passaram 7 anos.

Além de marcar a audiência, o juiz ainda determinou que o empresário se apresente a cada 60 dias em juízo a fim de justificar e informar as suas atividades pela dificuldade da Justiça brasileira conseguir intimá-lo. Marchett mora no exterior (Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, ou na Colômbia).

Da expedição da carta rogatória, em 9 de abril de 2009 até retorno em 8 de outubro de 2010, mais de um ano se passou. Os autos chegaram à Suprema Corte Boliviana em agosto de 2009. Foi necessário convocar o departamento contra o crime organizado da Bolívia para localizar Sérgio Marchett.

Na primeira vez que o oficial de justiça daquele país foi ao endereço fornecido à justiça brasileira em Santa Cruz da La Sierra, foi verificado que o número 646 não existia. Como ele é empresário conhecido, o departamento contra o crime organizado encontrou o endereço dele. Uma pessoa idenficada como Maria Vieira se identificou como empregada doméstica e disse que o empresário não estava e não sabia quando ele voltaria.

Quanto ao episódio, os policiais informaram à justiça que o “señor Sergio Marchett dolosamente se estaria escondiendo, es que no se pudo efectuar dicha notificacion”, em uma resposta no mínimo estranha.

Depois disso, a magistrada Beatriz Capobianco da Suprema Corte Boliviana determinou a citação do réu nos termos da legislação local, em petição assinada por Maria Vieira. De forma curiosa, ela atravessou a petição da carta rogatória devolvendo os documentos deixados pelos oficiais informando que a "casa não era de Sérgio Marchett, que ele alugava o imóvel e que morava em Bogotá, na Colômbia".

No dia 21 de dezembro de 2009, ele apareceu no Palácio da Justiça em Santa Cruz de La Sierra, onde respondeu as acusações e informou novo endereço, agora em Bogotá, na Colômbia. O juiz expediu carta rogatória com 18 perguntas ao acusado.


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