Na sequência do Bem Estar deste feriado de 7 de setembro, o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), respondeu a perguntas dos telespectadores e internautas sobre o tema desta quarta-feira: café da manhã.

Segundo o médico, a quantidade de alimentos ingeridos na primeira refeição do dia deve variar de acordo com a fome e o estado nutricional da pessoa. Quem tem problemas de peso precisa comer o suficiente para se sentir satisfeito e não engordar.

O especialista também ressaltou a importância de fracionar as refeições em cinco ou seis ao longo do dia, para comer menos, ter hábitos saudáveis e um peso mais controlado. Consumir a fruta inteira tem maior valor nutricional e fibras, mas pode-se intercalar a forma in natura com os sucos. O ideal, porém, é evitar õs artificiais, que costumam conter muito açúcar.

Em seguida, Fisberg citou um estudo da Unifesp, que revela que 30% das crianças avaliadas não tomam café da manhã, por preguiça, sono, pressa ou falta de fome. Um iogurte com cereais e frutas – como mostrado no programa – é uma ótima opção.

Se a primeira refeição do dia do estudante for na escola, o nutrólogo recomenda fugir das frituras, gorduras, doces e refrigerantes. Ele sugeriu que os alunos tragam o café de casa. Mas não se deve pular esse momento, já que ele garante um melhor rendimento e até notas mais altas – em adultos, evita acidentes de trabalho.

Para quem acorda muito tarde, já perto da hora do almoço, Fisberg disse que o melhor mesmo é levantar mais cedo para ter mais disposição e qualidade de vida. A exceção fica por conta do período de férias e dos trabalhadores noturnos. Caso essa primeira refeição seja mesmo feita muito próximo do almoço, este deve ser postergado um pouco, com um intervalo de cerca de duas a três horas.

De acordo com o pediatra, trabalhadores noturnos devem comer melhor antes de iniciar o expediente e, na hora que seria o café da manhã, a pessoa provavelmente estará dormindo. Os horários das refeições, portanto, devem ser adaptados a essa rotina.

Café, chá e chimarrão dão mais energia porque contêm cafeína, assim como os carboidratos (pães, biscoitos, bolos) e açúcares, que também aumentam a produção de endorfina, o hormônio do prazer. Por isso, em muitos casos esses alimentos até melhoram o humor depois que o indivíduo acorda.

Na sequência, o médico deu dicas para quem gosta de comer biscoitos. A indústria já tem trabalhado nesse sentido, oferecendo porções e pacotes menores, individualizados. Pessoas que fazem atividade física logo cedo devem tomar café da manhã antes, afirmou o nutrólogo. Outras atividades mais intensas pedem reposição de energia logo em seguida. E, em todos os casos, é preciso beber muita água antes, durante e depois do exercício.

Fisberg falou, ainda, sobre manteiga e margarina, que não têm tanta diferença se a quantidade ingerida for pouca. Por fim, ele deu dicas de café da manhã para pessoas com colesterol alto, diabetes, gastrite e prisão de ventre.

Mais dicas
A pedido dos internautas, o médico respondeu a outras duas perguntas após o bate-papo. Segundo ele, a quantidade de café e achocolatado consumida com o leite no café da manhã do brasileiro não interfere na absorção do cálcio pelo organismo.

Outra questão levantada foi sobre o hábito dos americanos, proveniente dos ingleses, de comer ovos, carnes (como bacon e salsicha) e batata no café da manhã. Fisberg disse que essa dieta é extremamente calórica e exagerada, e não deve ser imitada no nosso país. Ele atribuiu a epidemia de obesidade dos EUA ao sedentarismo e aos grandes volumes das porções que a população consome.