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Sábado, 27 de julho de 2024

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Filho de cacique faz quatro gols na estreia da Escola Municipal Indígena Ñandejara (MS) no futsal

O time masculino de futsal da Escola Municipal Indígena Ñandejara, de Caarapó (MS), estreou com vitória nas Olimpíadas Escolares 2011, categoria 12 a 14 anos. Na tarde desta quarta-feira, dia 14, a equipe sul-mato-grossense derrotou a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima (DF) por 5 a 2, de virada, no ginásio Odilon Coutinho, em João Pessoa (PB).


As duas equipes fazem parte do grupo B da Primeira Divisão. De manhã, pelo mesmo grupo, a Escola Municipal de Educação Fundamental Dom Bosco (PA) venceu o Colégio Salesiano (BA) por 5 a 4. Nesta quinta-feira, a equipe de Caarapó (MS) encara o time baiano, às 9h, enquanto os outros dois integrantes do grupo se enfrentam às 10h, no mesmo ginásio.

O título estadual foi pouco para os jovens indígenas do Mato Grosso do Sul. Artilheiro da competição regional, com 18 gols, Marcio Nunes marcou quatro vezes na primeira participação da Escola Indígena na história das Olimpíadas Escolares. Filho de Ângelo Nunes, um dos seis caciques da tribo Guarani, Marcio Nunes mora na aldeia Aldeia Te’yikue, na reserva indígena de Caarapó (MS).

Ele ficou impressionado com o tamanho da quadra paraibana e disse que a estreia foi melhor do que os garotos imaginavam. “É a primeira vez que a gente joga numa quadra tão grande e num piso tão bom e diferente. Parece o ginásio da Unigran, de Dourados (MS). A quadra lá na nossa aldeia é de cimento, machuca muito”, disse o jovem de 14 anos, que morava na Aldeia Porto Lindo, do município de Japorã (MS), mas mudou-se por causa da violência.

A equipe do técnico Vinícius Pereira, que treina somente duas vezes por semana, já que a quadra mais próxima fica na cidade, a 17 km da aldeia, ainda jogou desfalcada do seu melhor jogador. “Infelizmente o Cleison Ramires, nosso camisa 10, não veio. Ele fez peneira para jogar no São Paulo e no Santos, mas não passou. Recentemente, participou de uma seletiva para o Figueirense, de Santa Catarina, e agora ele está jogando lá”, explicou Maciel Martins, camisa 7 da equipe indígena, que marcou o outro gol da equipe na partida.

No fim da partida, os meninos da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, do Distrito Federal, fizeram questão de aplaudir o time adversário, sempre sob a batuta do técnico Carlos Maia. Ele lembrou o cansaço de uma viagem de ônibus de 48 horas para chegar à capital paraibana, mas evitou qualquer tipo de desculpa pela derrota. “Só de estarmos aqui já é uma honra”, garantiu.

A equipe conta com dois atletas, que já foram contratados para jogar no time de base do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. São eles: o pivô Gustavo Ferrari, de 13 anos, autor dos dois gols da equipe na partida, e o capitão Bruno Silva, de 14 anos. Eles, inclusive, já estão preparando um lugar para morar na capital carioca. “Já estamos procurando um apartamento para morar”, disse Bruno.

As Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, correalizadas pelo Ministério do Esporte, com a direção técnica das Confederações Brasileiras Olímpicas e apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa e Governo do Estado da Paraíba.

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