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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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caso leopoldino

Juiz Palmeira confirma conteúdo de carta onde denunciava esquema de autoridades para matar Leopoldino

O juiz aposentado José Geraldo da Rocha Barros Palmeira, em depoimento à Polícia Federal no Estado de Alagoas, confirmou o conteúdo do e-mail enviado por ele ao advogado Zaid Arbid, na qual relata como a morte do magistrado foi arquitetada por desembargadores aposentado Odiles de Freitas na casa do lobista Josino Guimarães, em Chapada.


Em seu depoimento ao delegado Bergson Toledo Silva, ele reafirmou tudo aquilo que descreveu ao advogado Ardib, defensor do ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, dois dias depois do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral (documento com data de 09/09/1999).
 
Palmeira esteve na sede da superintendência da Polícia Federal, no dia 12 de julho, e respondeu a 12 perguntas feitas pelo delegado sobre a carta. O magistrado confirmou a autoria do documento, porém alegou não possuir mais o arquivo eletrônico já que o provedor 'ZAZ', que ele usara, deixou de existir.

À PF, Palmeira acrescentou que ‘estranhamente’ o médico Alinor Costa, responsável pela necropsia no cadáver de Leopoldino, foi ‘presenteado’ na sequência do fato com um cargo no gabinete do desembargador aposentado Paulo Lessa, também acusado pelo sargento Jesus, segundo Palmeira, de participar da trama contra Leopoldino.

O documento onde Palmeira cita a participação direta de ‘novos’ personagens na trama do assassinato de Leopoldino, como o empresário Waldir Piran e o pistoleiro sargento Jesus, motivou a abertura de um procedimento por parte do Ministério Público Federal para apurar a veracidade dos fatos.

O surgimento das novas denúncias teria sido o principal motivo pelo qual o lobista Josino Guimarães tentara incitar mais uma vez dúvidas sobre a morte do juiz, por meio de um inquérito fraudulento instaurado pelo delegado da Polícia Civil Márcio Pieroni. Josino e Pieroni foram presos após a descoberta da farsa.

Na carta, em que o juiz aposentado pedia “ajuda” ao advogado, ele afirma ter sido procurado por uma pessoa que participou da “macabra” reunião na casa do lobista Josino Guimarães em Chapada dos Guimarães e que, na verdade, a priori, a ordem do desembargador Odiles era para que o juiz  Palmeira fosse assassinado, pois ele acreditava que as denúncias de corrupção e venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levadas à tona pelo juiz Leopoldino, haviam partido dele.
 
Como não conseguiu executar Palmeira, Odiles teria então determinado ao sargento Jesus que matasse primeiro Leopoldino.

Na época em que o material veio à tona, o Olhar Direto publicou com exclusividade o documento escaneado que, possui inclusive, um carimbo de protocolo do Ministério Público Federal, datado de 27 de maio de 2010.

Porém, estranhamente, de acordo com o MPF a carta escrita pelo juiz aposentado Geraldo Palmeiras chegou às mãos dos seus procuradores, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), somente em abril deste ano. Ela foi anexada ao processo que apura o inquérito fraudulento instaurado pelo delegado Márcio Pieroni.

Em maio deste ano, assim que o conteúdo do e-mail veio à tona, novamente, o desembargador Odiles de Freitas negou em entrevista ao Olhar Direto ter participado de qualquer trama para matar o juiz Leopoldino e disse que sequer teve conhecimento do encontro no qual, supostamente, foi acertado assassinato do magistrado.

Recentemente, o desembargador aposentado foi também citado nas investigações realizadas pela Polícia Federal e em relatório do Ministério Público Federal como o responsável pela aproximação do delegado Márcio Pieroni com o detento Abadia Paes Proença, para montagem do inquérito fraudulento.

MORTE NA CAPITAL

No e-mail, mais um dado revelador, o de que o juiz Leopoldino Marques do Amaral teria sido morto aqui mesmo em Cuiabá e levado posteriormente à fazenda de Waldir Piran, de onde o corpo foi transportado num avião do empresário até o Paraguai para ser “desovado”.

No relato, Palmeira afirma que o valor pago ao executor do crime foi de R$ 100 mil. De acordo com o MPF, a carta escrita pelo juiz aposentado Geraldo Palmeiras chegou há um mês e meio às mãos dos procuradores, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e foi anexada ao processo que apura o inquérito fraudulento instaurado pelo delegado Márcio Pieroni para incitar dúvidas sobre a morte de Leopoldino e assim favorecer Josino Guimarães.




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