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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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'Interesses econômicos' prejudicam desarmamento, diz ministro

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (6), durante o programa "Bom Dia Ministro", que a arrecadação de armas na Campanha do Desarmamento é prejudicada pela "cultura da violência" e por "interesses econômicos".


"Ainda temos uma cultura da violência muito forte no país. As pessoas acham que estão protegidas quando tem uma arma em sua casa. Isso é uma falta de compreensão total da realidade. Portar uma arma é um risco para quem a porta. (...) Infelizmente as pessoas ainda resistem a isso. Há interesses econômicos por trás. Há empresas que querem vender armas, que querem vender munições e, portanto, trabalham tentando criar obstáculos para difusão dessa idéia", disse o ministro durante o programa.

Segundo Cardozo, desde o início da campanha, lançada em maio, 25 mil armas já foram retiradas de circulação. Segundo ele, o principal destaque foi a entrega de armamento pesado. "Nós tivemos a entrega de armamento pesado pela primeira vez nas campanhas do desarmamento. Nós tivemos, por exemplo, mais de 50 fuzis entregues nessa campanha, tivemos submetralhadoras entregues e metralhadoras entregues. O que nos surpreendeu muito, as pessoas voluntariamente entregando fuzis. Uma dimensão que nunca havia acontecido."

O ministro afirmou, porém, que não existe meta definida de arrecadação. "Espero que até o final do ano consigamos arrecadar muito mais armas. As pessoas perguntam, qual é a sua meta para a campanha do desarmamento? Eu digo: a maior possível. Se tiver que tirar verba de outros setores do Ministério da Justiça para pagar armas entregues pela população, eu farei com muito prazer.

Fóruns
Em relação ao armamento disponível nos fóruns, que são as armas apreendidas em investigações, o ministro diz que deve ser assinado nos próximos dias um termo de cooperação para agilizar a destruição das armas. Esse acordo, que também contará com o Exército, já havia sido anunciado.

"Nós já dialogamos como presidente do Supremo Tribunal Federal e co Conselho Nacional de Justiça, Ministro Cezar Peluso, e já acertamos com o ministro um termo de cooperação que será acertado entre o Ministério da Justiça e o CNJ e que será assinado nos próximos dias. Esse termo busca conjugar os esforços do Ministério de Justiça, do CNJ e do Ministério da Defesa para todas as armas que estejam armazenadas sejam destruídas o mais rapidamente possível. Ou seja, queremos agilizar eventuais situações judiciais que são exigidas para que elas possam ser destruídas."

Campanha
Com o slogan "Tire uma arma do futuro do Brasil", a campanha de 2011 garante o anonimato para quem entregar a arma, além da destruição da mesma no momento da entrega. Cada arma dá direito a indenização de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300.

A campanha deste ano ampliou os postos de recolhimento. Locais como igrejas, lojas maçônicas, e organizações não-governamentais podem atuar no recolhimento de armas.

Na última campanha do desarmamento, encerrada em dezembro de 2009, apenas os postos policiais podiam receber as armas.
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