Proprietários de caminhões caçamba ameaçam bloquear, nesta sexta-feira, a MT-423, que liga Sinop ao município de Cláudia, alegando falta de pagamento da empreiteira por transporte de cascalho para pavimentação da rodovia. Segundo uma fonte de Olhar Direto no local, o atraso nos repasses já dura cerca de quatro meses. “Puxamos o cascalho e não vimos a ‘cor do dinheiro’”, reclama o caminhoneiro.

Segundo a fonte, a empreiteira argumenta que não pagou pelos serviços prestados por suposta inadimplência da associação que administra o trecho. Esta, por sua vez, teria informado aos freteiros que o governo do Estado não repassou a verba do convênio para pavimentar mais dez quilômetros. “Nós não temos nada a ver com isso, trabalhamos e precisamos receber”, cobra o dono de um caminhão.

O volume global a ser pago aos freteiros não foi calculado. Mas, de acordo com a fonte, no pico das obras – no período da seca -, a empreiteira chegou a ter 17 caçambas levando cascalho das jazidas até a rodovia estadual. “Teve caminhão que chegou a fazer R$ 30 mil por mês de frete para a empresa. Calcule por quatro meses atrasados. Dá para imaginar o tamanho da dívida”, mensura o esbravecido freteiro.

Ele ainda diz que o atraso no pagamento também alcança máquinas, como retroescavadeira, pá-caregadeira, rolo compactador, entre outras usadas na terraplanagem. “Está todo mundo bravo com o calote. Se não recebermos hoje, a rodovia será trancada sem prazo de liberação. Os caminhões já estão cheios de pneus, madeiras e outros objetos para bloquear o trânsito”, revela.

A MT-423 é a principal via de acesso de Cláudia à BR-163, em Sinop. Diariamente centenas de caminhões transitam pela estrada, que também é ligação essencial para os veículos de passeio e o ônibus intermunicipal. A rodovia está sendo pavimentada com recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), em modelo de parceria com os agricultores. Dos 80 quilômetros do trecho, cerca de 70 já receberam o “chão preto”, faltando dez a asfaltar.