O produtor rural Clayton Arantes, de 54 anos, deu início na amanhã desta quinta-feira (20) a um protesto inusitado em frente à sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Estruturado com uma barraca, desde as 7h30 ele só ingere líquidos, e assim permanecerá acampado no local e em greve de fome, nó mínimo até o dia 27 (quinta-feira), data prevista para vinda da ministra Eliana Calmon, Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a quem pretende pedir ajuda e denunciar atos abusivos de um magistrado.

O seu protesto é contra o que classifica de 'arbitrariedade e abuso' do juiz Paulo Martini, da Comarca de Sinop (550 km de Cuiabá). O agricultor acusa o juiz de venda de sentenças e na manhã de hoje, respaldado pela Ordem Advogados do Brasil (OAB-MT) e o Movimento de Combate à Corrupção (MCCE), denunciou que o juiz age em parceria com dois advogados num esquema de venda de sentenças.

Segundo Arantes, mesmo com um sistema eletrônico de distribuição de processos, estranhamente as causas defendidas pelos advogados Flávio Américo Vieira e Ledocir Anholete, só são julgadas pelo magistrado.

O agricultou resolveu protestar depois de ser supostamente prejudicado em uma ação de reintegração de posse. Arantes teria comprado o imóvel em 1998, e, agora, ele perdeu a propriedade para Adão Batista, por decisão judicial. O imóvel teria sido adquirido pelo montante de R$ 450 mil.

De acordo com o presidente da OAB-MT, Cláudio Stábile, disse o referido juiz tem outras denúncias de corrupção e, mesmo assim, ainda não afastado de suas funções. Diante disso a OAB pretende ingressar com o pedido de afastamento e junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), já que na esfera estadual não há mais nada a ser feito.

Enquanto não é atendido pela ministra, o agricultor permanece por tempo indeterminado acampado em frente ao TJ, ingerindo apenas água, água de coco, e isotônicos. Este último devido ao fato de ser hipertenso e perder muito potássio através da transpiração, podendo ocasionar cãibras e até parada cardíaca.