O secretário Estadual de Saúde, Pedro Henry (PP), considerou desnecessário e uma falta de compromisso com a população o fechamento do pronto-socorro de Cuiabá devido à queda do telhado. Ele informou ter chamado o secretário de Saúde de Cuiabá, Lamartine Godói, no gabinete do governador Silval Barbosa (PMDB), na noite de quinta-feira (20) e solicitou a reabertura do hospital, fato que irá ocorrer neste sábado (22).
No entanto, o secretário de Saúde de Cuiabá, Lamartine Godói, informou, por meio da assessoria, que não participou de nenhuma reunião para definir a reabertura do hospital. Ele teria ido até o gabinete do governador para discutir a estadualização do pronto-socorro. Porém, em entrevista coletiva na tarde de hoje, Henry afirmou ter debatido o assunto com Lamartine e chegou a anunciar que a unidade hospitalar deveria retornar as atividades ainda nesta sexta-feira (21), um dia antes do que já havia sido programado pela Prefeitura.
“A paralisação do pronto-socorro de Cuiabá não obedece uma lógica conceitual e representa uma falta de compromisso com a comunidade. O telhado caiu porque não houve manutenção e parou até a ortopedia. Tive informações de médicos que passaram a manhã dormindo porque não tinham paciente para operar, porque foram todos transferidos para Várzea Grande”, declarou Henry, em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (21).
Henry também não gostou da liminar dada pelo juiz Jones Gattass Dias que determinou ao Estado a transferência de 54 pacientes que estavam no box de urgência do pronto-socorro de Várzea Grande para outros hospitais, tanto particular, quanto público. O secretário considerou o fato um absurdo, principalmente, por ter de pagar duas vezes pelo mesmo serviço.
Henry ainda considerou injusto o fato de o Estado ter de assumir uma demanda que é do município e questionou porque o prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), não é cobrado e acionado judicialmente, já que o problema do telhado do pronto-socorro teria ocorrido por falta de manutenção.
A assessoria de Lamartine também rebateu a declaração de Henry sobre o descaso da prefeitura em fechar o pronto-socorro e jogou a bola para o Estado, alegando que o problema é a falta de estrutura dos hospitais no interior e lembrou que quando o pronto-socorro de Várzea Grande ficou seis meses fechado o hospital da capital teve de absorver a demanda.
E sobre a responsabilidade do Estado, a assessoria frisou que a decisão judicial acionou a Secretaria Estadual de Saúde por entender que o problema deve ser gerido pelo governo estadual.
Atualizada às 20h43