O Ministério Público Estadual (MPE) investiga supostas irregularidades nas obras do pronto-socorro de Cuiabá desde agosto, quando parte do telhado já havia caído no hospital devido à chuva. Portanto, o pedido de abertura de um novo inquérito feito pelo vereador Domingos Sávio (PMDB) foi anexado no processo.

O promotor de Justiça e Cidadania de Cuiabá, Alexandre Guedes, é quem está à frente das investigações desde a época, quando atendeu ao pedido protocolado pelo vereador Lúdio Cabral (PT). O inquérito tem o prazo de um ano para ser concluído.

A reforma foi financiada com recursos do QualiSUS que liberou R$ 8 milhões para a Prefeitura de Cuiabá em 2004. A obra foi iniciada apenas em 2007 e parte foi inaugurada durante a eleição de 2008, quando Wilson Santos (PSDB) dipustou a reeleição e o restante da reforma concluída em 2010, também no período eleitoral, quando o tucano também pleiteava o cargo de governador. 

Após a quarta queda do telhado do pronto-socorro em um ano, os vereadores cobram a punição dos responsáveis. A empresa que realizou a reforma é a empreiteira Três Irmãos, da família Avalone, mas o deputado Carlos Avalone (PSDB) foi à Câmara Municipal e isentou a construtora, alegando ser a responsabilidade da empresa de manutenção e/ou de ar condicionado.

Isso porque, a queda teria sido provocada por uma telha quebrada. O deputado informou também haver problema em um cano do ar condicionado. Em meio ao jogo de empurra-empurra, os vereadores criticam também a administração municipal. Domingos Sávio criticou a prefeitura por ter aceitado a obra com problemas.

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MT) realizou vistoria no pronto-socorro e constatou falhas nas obras. De acordo com o laudo do engenheiro civil e conselheiro do regional Josuel Alves de Arruda, houve 'uma sequência de erros na execução das obras' do teto. Ele alegou que existem vários vícios de engenharia que ocasionaram o vazamento generalizado de água no teto da unidade.