A organização criminosa desarticulada nesta quinta-feira (26) com a Operação Ouro Branco da Polícia Federal utilizava-se da falha no monitoramento do espaço aéreo em Mato Grosso para pousar as aeronaves carregadas de pasta base de cocaína em uma fazenda no distrito de Ouro Branco, em Itiquira (362 km de Cuiabá).

O delegado da PF de Rondonópolis Rômulo Rodovalho evitou tecer críticas, mas reconheceu que há falhas na fiscalização do espaço aéreo estadual. Os grupos criminosos que usavam aeronaves para despejar drogas nos municípios da região da fronteira, começaram a ousar mais e avançar dentro do Estado.

Conforme as investigações da PF, os pilotos jogavam as drogas e também aterrisavam na fazenda em Itiquira. Ele se recusou a dizer quem era o dono da fazenda e qual atividade exercida no local, além de servir de entreposto de entorpecentes para região Sudeste.

“O tráfico formiguinha tem sido deixado de lado para os grandes carregamentos de drogas de uma só vez. Como por via terrestre a fiscalização tem se intensificado, a droga tem chegado por via aérea”, disse.

Dos 8 mandados de prisão cumpridos e 8 de busca e apreensão cumpridos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, uma prisão ocorreu em Itiquira, uma em Pontes e Lacerda e outro pessoa já estava no anexo da Penitenciária da Mata Grande e foi apenas intimado. Uma pessoa foi detida em Campo Grande (MS) e duas São Paulo (SP). Duas pessoas de Itiquira ainda não foram presas.

Foram apreendidas três aeronaves – uma em Campo Grande (MS) e duas em Pedro Gomes (MS) - cinco veículos e duas armas de fogo. Em um ano de investigação, a PF apreendeu 1,2 tonelada de pasta base de cocaína para abastecer as bocas de fumo de São Paulo. A PF também não divulgou quem seria os receptadores da droga e se há ligação com organizações criminosas como o PCC.