Para concluir a temporada 2011, a Orquestra de Mato Grosso faz homenagem aos 90 anos de nascimento de Astor Piazzolla (1921-1992) e recebe um dos mais representativos pesquisadores da obra do bandoneonista argentino, Carlos Corrales, dias 05 e 06 de novembro no Cine Teatro Cuiabá.
 
No repertório, grandes clássicos de Piazzolla como Libertango, Oblivion, Maria de Buenos Aires, Adios Nonino e Ciclo del Ángel e del Diablo e ainda músicas do próprio Corrales e do compositor argentino Nestor Marconi. Após o concerto os músicos entram em estúdio para gravar o sexto disco da OEMT. A apresentação começa às 20h no sábado e 19h no domingo, a entrada custa R$10 ou R$5 meia entrada. A regência é do maestro Leandro Carvalho.

Esta será a segunda vez que Carlos Corrales vem em Cuiabá se apresentar junto a OEMT. A primeira foi em 2008, quando apresentou as Quatro Estações Portenhas de Piazzolla. “Não conhecíamos o Corrales pessoalmente e ficamos impressionados com a desenvoltura com o instrumento e com o domínio da linguagem do tango que ele tem”, lembra o regente e diretor artístico Leandro Carvalho.

Ele acrescenta que a “a pesquisa e a criação deste projeto de homenagear Piazzolla e gravar um disco com arranjos de Corrales nasceu durante esta apresentação, que foi um sucesso de público, lotando os quatro dias de concertos no teatro do Sesc Arsenal”.

A escolha das músicas do espetáculo e do disco foi feita a partir das fases de Piazzolla. “Já gravei mais de 700 vezes, porém, este disco com a OEMT será histórico. Selecionamos as canções a partir de uma mistura entre clássicos de Astor e de algumas outras que não são tão bem conhecidas fora da Argentina”, conta o convidado Carlos Corrales. “E os músicos que vêm comigo tem muita qualidade e tempo de estrada, preparamos um espetáculo de tango cheio de paixão e amor. Tenho certeza que será uma grande noite”, completa.

Quem se apresenta junto com Corrales é o violinista Pablo Agri, que já participou de um espetáculo na Broadway sobre o tango argentino. Também o violoncelista Diego Sanchez e uma das lendas do contra-baixo mundial, Juan Pablo Navarro. “A experiência do Corrales na obra do Piazzolla e a contribuição dos instrumentistas argentinos nos presenteará com uma noite de tango por quem realmente conhece e sempre viveu o tango”, acrescenta o maestro Leandro.

Durante a Temporada 2001 a OEMT recebeu nomes importantes da música como Renato Borghetti, Roberto Corrêa, Emmanuele Baldini e Wagner Polistchuk. Lançou dois discos: O Berrante Pantaneiro (do compositor Guapo), e um segundo em parceria com o violonista Turíbio Santos, exibindo a música de Villa-Lobos e do compositor Ricardo Tacuchian e  ainda gravou outros dois discos que serão lançados na Temporada 2012.
 
“Este foi um ano de colheita. Concretizamos dois projetos importantes para a música nacional com parceiros criativos que estavam pensando o mesmo que nós na pesquisa e na proposta estética. Além disso, a série de Concertos Didáticos e a turnê por MG e GO foram um sucesso. É um ano muito importante para a OEMT”, finaliza Leandro Carvalho.

Conheça Carlos Corrales

Carlos Corrales nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de fevereiro de 1972. Começou a estudar música aos sete anos de idade com um tio. Aos nove, integrou o Conjunto Juvenil de Tango e aos dez anos de idade fez  sua primeira apresentação em uma orquestra, a Orquestra da Universidade de Belgramo, no Teatro Alvear, na capital argentina. Um ano depois de sua primeira experiência com orquestras, realizou diversas apresentações pelo interior da Argentina, junto à orquestra do Maestro Basso. Paralelo às apresentações, estava sempre exibindo sua música em canais de televisão e rádios portenhas.

Com 13 anos recebeu um convite para participar da Orquesta Nacional de Música Argentina sob a direção do maestro Osvaldo Requena. Desenvolvendo-se no bandoneon, com apenas 15 anos faz sua primeira viagem internacional. Ao lado do maestro José Calangelo, realizou nada menos que 40 concertos no Japão. Para fechar o ano de 1987, o pequeno grande instrumentista foi premiado como melhor interprete de tango com idade inferior a 25 anos.

Em 1990, aos 18 anos, foi convidado pelo maestro Horácio Salgan para integrar sua orquestra na qual atuou como primeiro bandoneonísta. No ano seguinte, Carlos Corrales realizou 15 concertos na Holanda e apresentou-se pela segunda vez no Japão, onde, fez 70 apresentações e gravou três CD’s. Aos 20 anos, venceu o concurso para integrar a Orquesta del Tango de Buenos Aires e viajou para o Chile, difundindo a música argentina.

Aos 24 anos, viajou à Miami para gravar um álbum com o cantor espanhol Julio Iglesias - Julio Iglesias Tango. No mesmo ano gravou outro CD, Forever Music, com o maestro Osvaldo Piro. Viajou pela terceira vez para o Japão, para mais 70 concertos na terra do sol nascente. Já esteve no Brasil, onde se apresentou mais de dez vezes acompanhando o cantor latino Luis Miguel em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo destaque em programas de televisão como Hebe Camargo e Jô Soares.

Aos 29 anos, Carlos Corrales formou um trio com instrumentistas do gênero, realizou turnês pela Espanha e apresentou-se no Festival de Tango de Granada e Festival Grec de Barcelona. Venceu o concurso para integrar a orquestra de Dios Filiberto. Realizou inúmeros concertos com a Orquesta del Tango de Buenos Aires e com a Orquesta Nacional de Música Argentina, no Teatro Cervantes.

Em 2001, Corrales apresentou-se com a Orquesta Tango Vía Buenos Aires, um marco do V Festival de Tango no Teatro Metropolitano, em Medellin. No mesmo ano, viajou à França para realizar vários concertos no Teatro Cha-lliot de París. Com seu grupo Neotango gravou três discos com arranjos e direção própria e percorreu a Espanha em turnê, acompanhado do maestro Osvaldo Berlingheri. Foi convidado a participar de um ciclo de apresentações acompanhado dos seus mestres bandoneonistas, Néstor Marconi e Julio Pane.

Em 2005, foi convidado a dirigir a Orquesta del Tango de Buenos Aires, quando recebeu ótimas críticas. Hoje, Carlos Corrales continua fazendo exatamente o que fazia há 30 anos: apresentando-se com diversas orquestras e excelentes instrumentistas pelo mundo, gravando discos e enchendo teatros. Sempre acompanhado de seu bandoneon.

Sobre Piazzolla

Astor Piazzolla nasceu em 1921, em Mar Del Plata, região litorânea da Argentina, e foi um dos responsáveis pelo movimento “nuevo tango”, que trouxe novas harmonias e contrapontos revolucionários, incluindo elementos de jazz e música erudita para o tango. Ainda na infância, viveu entre Buenos Aires e Nova Iorque, onde viviam seus pais. Aos nove anos começou a estudar música não só na Argentina, mas também nos Estados Unidos e Europa.

Nos anos 60, formou o quinteto Buenos Aires, com quem gravou seus maiores sucessos. Em 1989, foi considerado um dos maiores instrumentistas do mundo pela Down Beat, famosa revista especializada em jazz, por dar ao tango dimensões mais amplas do que a de uma dança. A década de 80 foi seu período mais criativo, quando produziu maravilhas como os álbuns La Camorra e Zero Hour, apesar do genial Libertango ser de 1974. Morreu em Buenos Aires, no dia 4 de julho de 1992, aos 71 anos, consagrado, dono de mais de 300 obras e cerca de 50 trilhas para filmes.

Realização

A Temporada 2011 da Orquestra do Estado de Mato Grosso é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e tem como patrocinadores as empresas Eletrobras/ Eletronorte, ADM, Banco da Amazônia, Instituto Votorantim, Bimetal e Lei Federal de Incentivo à Cultura/Ministério da Cultura. Apoio das empresas Localiza,Fisk Inglês e Espanhol, Amazon Hotel, Soul Propaganda,Tauro Motors e Sistema FeComércio/Sesc/Senac.