O consumo e a circulação de crack e outras drogas abrange 98% dos municípios brasileiros. O dado faz parte de uma pesquisa denominada A presença do crack nos municípios brasileiros, divulgada nesta segunda-feira (7/11), em Brasília, pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

De acordo com o levantamento, feito em 4,4 mil dos mais de 5,4 municípios de todo o país, 63,7% deles enfrentam problemas na área da saúde por causa da circulação da droga. Na segurança pública e na assistência social, 58,5% e 44,6% municípios, respectivamente, relataram problemas preocupantes por causa de crack e outras drogas.

Em relação à região centro-oeste, 21 municípios apresentam problemas com o crack, outros 85 com outras drogas e 242 reponderam que padecem com ambos os tipos de entorpecentes. Os municípios que enfrentam problemas relacionados ao consumo de drogas chegam a 370 na região e a 4.114 em todo o país.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, criticou a falta de sintonia entre as ações da União, Estados e Municípios para o combate às drogas, e reiterou a falta de investimentos do governo federal nas áreas de assistência social e de saúde e as responsabilidades dos municípios para manter e executar os programas.

Ele também citou o grande número de instituições e centros de assistência criados pelo governo e pela sociedade civil que precisam ser mapeados para o efetivo combate ao narcótico. Contudo, Ziulkoski eximiu os prefeitos de responsabilidade pela dificuldade do poder público de enfrentar o problema.

"Há uma falta de sintonia no combate às drogas. Aqui em Brasília é o local onde os programas e ações são concebidos para os outros, no caso os municípios, executarem. Todos os problemas, inclusive o uso de drogas, recaem sobre os municípios", apontou.