O problema de obras mal acabadas em Mato Grosso é histórico e a responsabilidade não é apenas da construtora, mas também dos órgãos públicos. A afirmação é do presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Valter Albano, que admitiu uma falha na fiscalização até 2008.

“Mato Grosso, historicamente, convive com obras recém-inauguradas que já não atendem ao que se propuseram. Tanto em estradas quanto nas edificações”, afirmou o conselheiro em entrevista coletiva pouco antes da abertura do Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas, realizado até sexta-feira no Centro de Eventos Pantanal.

Questionado sobre de quem é a responsabilidade, Albano assegura que é de ambas as partes. Da empresa, por deixar de cumprir o projeto e do órgão público por não fiscalizar. O presidente do TCE destacou ainda que é obrigação do Estado e do município elaborar o projeto básico e realizar a contratação da empresa levando em conta a qualificação técnica e o custo.

Sobre a razão de ser um problema histórico, Albano fez um mea culpa e destacou que o TCE não tinha capacidade técnica para fiscalizar as obras, fato que começou a mudar desde 2008. Atualmente, o tribunal consegue monitorar em tempo real as obras no estado.

“Não tínhamos capacidade técnica para fiscalizar as obras, antes analisávamos especificamente a questão administrativa, mas desde 2008 mudamos essa realidade”, afirmou. Com a mudança, Albano acredita que deverá haver mais rigor na execução das obras.