Metodologias de auditoria para a identificação de eventuais superfaturamentos de obras, aquisições e serviços são o foco de estudo técnico apresentado na manhã desta quarta-feira (9) no XIV Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas (Sinaop), em Cuiabá. O trabalho chama a atenção para amostras auditadas em que o sobrepreço flagrado chega a patamares alarmantes e extremamente danosos ao erário público.

O trabalho técnico foi elaborado pelos auditores Alexandre Sampaio Botta e André Pachioni Baeta, ambos do Tribunal de Contas da União (TCU). O levantamento aponta para casos em que foram detectados 20% de sobrepreço em orçamentos analisados. Em outro resultado apresentado no estudo exposto aos participantes do Sinaop, foram constatados R$ 2 milhões de superfaturamento numa fatia de apenas 20 itens de um universo global de 200 itens, dentro de um orçamento total de R$ 50 milhões.

“Temos em outros casos uma zona cinzenta, com amostras nas quais em 60% do orçamento analisado foi constatado um sobrepreço de 8%. De qualquer maneira, o que é preciso entender, numa linguagem bem popular, é que se eu vou à feira e encontro a banana a R$ 5 reais, mas  esse produto foi adquirido por R$ 10, temos então um sobrepreço de 100%”, explica o auditor André Pachioni Baeta.

Co-autor do trabalho, Alexandre Sampaio Botta destaca que o aperfeiçoamento da auditoria sobre orçamentos praticados pela administração pública contribui efetivamente para a aplicação mais austera de recursos públicos. “Nosso objetivo com este trabalho é estimular o uso da estatística como técnica de auditoria, cada vez mais apurada e com mais precisão, para nos dar mais evidências e aperfeiçoar o controle externo.

Nós, auditores, queremos inclusive que os gestores sejam chamados, dentro do contraditório, para apresentar argumentos em relação aos apontamentos de auditoria”, posiciona o servidor do TCU.