O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), protocolou nesta segunda-feira (14) um requerimento junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo investigações sobre as novas denúncias que envolvem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Nesta manhã, a Polícia Federal anunciou que vai investigar denúncia de que o ministro teria viajado em um jato pago por ONGs que receberam, posteriormente, verbas de convênios com a pasta. O ministro alega que as viagens foram pagas pelo seu partido, o PDT.

"O que pretendemos com isso [representação] é tentar ampliar a capacidade de indignação da população brasileira, permitindo que conheça as falcatruas feitas no país", disse o senador Alvaro Dias.

O senador também ingressou com um pedido para que o ministro preste esclarecimentos na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. O requerimento será votado na reunião da comissão desta quarta-feira (16). Se aprovado, o convite não obriga Lupi a comparecer.

"Têm muitas coisas que precisam ser explicadas pelo próprio ministro", justificou o tucano.

Denúncias
As supostas viagens do ministro em avião particular foram reveladas pela revista "Veja" desta semana. Ouvido pela publicação, o ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego Ezequiel Nascimento disse que Adair Meira, controlador de duas entidades que mantém parcerias com o ministério, pagou e acompanhou Lupi em viagens pelo Maranhão em 2009.

Depois, Adair Meira teria firmado convênio com a pasta para atender a projetos na mesma região visitada com a aeronave, diz a revista. À “Veja”, Adair disse que nunca viajou no mesmo avião que Lupi, que não tem relação com o ministro e que suas ONGs foram escolhidas pelo critérios de competência.

Em nota divulgada neste sábado (12), o ministro Carlos Lupi afirmou que esteve no Maranhão para “agendas oficiais e partidárias” e que seu transporte de Brasília a São Luís ocorreu em um voo regular. O ministério divulgou, inclusive, uma cópia do bilhete.

Na nota, Lupi diz ainda que dentro do Maranhão foram utilizados veículos de filiados e aviões pequenos de responsabilidade do diretório regional do PDT do Maranhão. "A medida foi tomada para evitar que dinheiro público fosse utilizado nesta agenda", diz a nota.