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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Encontro propõe fundo para políticas a afrodescendentes

A proposta de criação de um fundo internacional destinado a financiar ações complementares das políticas de reparação para os povos negros é o destaque da Carta de Salvador, elaborada no final dos debates de representantes dos vários países que participaram do Encontro Iberoamericano de Alto Nível em Comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes, realizado essa semana em Salvador.


A militante do movimento de mulheres negras da Costa Rica Epsy Campbell, escolhida para ler os pontos mais importantes da carta na reunião dos chefes de Estado presidido pela presidente Dilma Rousseff (PT) na manhã deste sábado, no Palácio Rio Branco, centro histórico da capital baiana, disse que o fundo proposto "deve garantir uma resposta às necessidades, não para substituir as responsabilidades dos governos, mas para complementá-la e reforçá-la."

Ela defendeu também o fortalecimento na América Latina de democracias sustentáveis que contribuam para diminuir a exclusão dos afrodescendentes e destacou o "papel fundamental" das mulheres nesse processo, observando que é urgente abrir mais espaços de representação para elas nos poderes institucionais dos países. Lamentou que essa representação política "seja muito escassa" nos Estados Latinoamericanos e em organismos internacionais como a ONU e a OEA.

A Carta de Salvador também denuncia "a pratica da intolerância", voltada principalmente para as religiões de matriz africana, assinalando que essas religiões são fundamentais para a preservação da identidade e da cultura dos povos afrodescendentes. Por fim, os participantes do encontro propõe a criação de um fórum permanente na ONU voltado para o acompanhamento das aplicação das políticas de reparação nos países membros.

O secretário-geral Iberoamericano, Enrique Iglesias, que recebeu o documento, admitiu que os países "estão endividados com as comunidades negras da América Latina" e sugeriu que as bandeiras de luta surgidas no Encontro continuem nos governos e "principalmente nos movimentos sociais".
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