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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Em livro, Ibra diz que torcia pela Seleção Brasileira e não por seu país

A autobiografia do atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, do Milan, criou polêmica antes mesmo de ser lançada por expôr detalhes da relação nada amistosa com o treinador Josep Guardiola nos tempos de Barcelona. Mas no livro Min historia, Jag är Zlatan Ibrahimović ("Minha história, eu sou Zlatan Ibrahimovic", no original em sueco), o jogador faz mais do que falar mal de seus desafetos. Ibrahimovic também revela sua enorme admiração pelo futebol brasileiro, especialmente por seu grande ídolo Ronaldo, e conta que, até o início da carreira profissional, ele torcia pelo Brasil e não pela seleção de seu próprio país.


No livro, até agora lançado somente em sueco e italiano, o atacante conta que nas divisões de base do Malmö ele e seus companheiros eram escalados como gandulas nas partidas da equipe principal. Os colegas de time se empolgavam por chegar tão perto de alguns jogadores da seleção sueca terceira colocada na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Mas ele sonhava era com a dupla de ataque brasileira naquele Mundial.

- Eu também tinha assistido àquela Copa, mas eu era de Rosengard (bairro de Malmö e um dos maiores guetos de imigrantes da Suécia) e não estava nem aí para os suecos. Eu torci pelos brasileiros, para Romário, Bebeto e os outros.

Com Ronaldo, que não chegou a entrar em campo no Mundial de 1994, a paixão do sueco pelo futebol brasileiro ficou ainda maior.

- Tinha um computador na sede das divisões de base do Malmö e, quando a gente podia, ia lá para assistir aos vídeos do Ronaldo e do Romário. Voltava a imagem várias vezes: "como é que eles fazem?". Observava os mínimos detalhes e fiquei obcecado. Mas foi o meu jeito de chamar a atenção no futebol.

Anos mais tarde, quando Ibrahimovic atuava pelo Inter de Milão e Ronaldo pelo Milan, o jogador sueco virou vizinho de prédio do brasileiro. O primeiro encontro dos dois em campo, no clássico de Milão, ficou famoso por um vídeo na internet que mostra Ibra olhando o brasileiro de cima a baixo (Europa via Maranhão: clique aqui para ver o vídeo de Ibra admirando Ronaldo e dê sua opinião sobre o atacante do Milan). O próprio Zlatan comenta o vídeo em sua biografia.

- Eu estudava cada detalhe do Ronaldo, seus dribles e sua aceleração. Sem ele, eu não teria sido o mesmo jogador. E eu não sou do tipo que se impressiona fácil. Já encontrei todas as celebridades possíveis, já jantei com o rei da Suécia e pensei "de que jeito eu seguro o garfo?", "devo tratá-lo por você ou 'Sua Majestade'?", mas não fiquei nervoso. Mas com Ronaldo foi diferente. Tem um filme em que estou mascando chiclete e não paro de olhar para ele, como se eu não pudesse acreditar que eu e ele estamos no mesmo campo de futebol.

Outro jogador brasileiro muito admirado por Ibrahimovic e considerado seu melhor amigo no futebol não faz parte da lista dos mais famosos na sua terra natal nem nunca chegou a entrar em campo pela seleção brasileira principal. O lateral-esquerdo Maxwell, do Barcelona, atuou ao lado do sueco no clube espanhol, no Inter de Milão e no Ajax, logo no início da carreira. Os dois chegaram juntos ao clube holandês, aos 19 anos. Zlatan conta que havia gasto todo seu dinheiro num carro novo e que, sem a ajuda do brasileiro, teria ficado até sem comer.

- A culpa era minha. Nem me toquei que somente receberia meu primeiro salário um mês depois de chegar ao clube. Eu e Maxwell tínhamos trocado telefone, ele pareceu um cara legal e falava inglês muito bem. Liguei para ele e disse: "Maxwell, crise! Não tenho nem cereais para comer. Posso ficar na sua casa?". E ele respondeu: "Claro, vem direto para cá". Se eu tiver algo ruim para dizer sobre ele é que Maxwell é bonzinho demais. Difícil alguém assim se dar bem no futebol, o que é ainda mais incrível no caso dele.

Além dos elogios aos brasileiros e críticas a Guardiola, a quem chama de "filósofo", as partes mais interessantes do livro estão no capítulo em que Ibrahimovic detalha como ele e seu agente, Mino Raiola, inventaram uma proposta do Real Madrid para convencer o Barcelona a negociá-lo para o Milan por um preço mais baixo, com medo de que o sueco parasse no arquirrival. O jogador garante que o presidente do Barça, Sandro Rosell, assinou a rescisão de seu contrato dizendo que estava levando prejuízo e fazendo "o pior negócio de sua vida".

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