A Polícia Civil indiciou o secretário municipal de infra-estrutura de Várzea Grande, Luiz Carlos Sampaio, e a coordenadora de processos comerciais da Rede Cemat, Márcia Panato Passos, por homicídio culposo e lesão corporal culposa por causa do acidente com a roda-gigante de um parque de diversões que tirou a vida do adolescente Ariel Adão Costa Bolfarine, de 16 anos, no início de outubro. O acidente também deixou ferido Fabrício Ferreira de Oliveira, de 21 anos.
Além do secretário e da coordenadora, foram indiciados o dono do parque de diversões, José Henrique da Silva Mota e o zelador do ginásio poliesportivo onde o parque foi instalado, Sidnei da Silva, que foram indiciados pelos mesmos crimes. O dono do parque responderá também por expor a vida e a saúde dos frequentadores do local, de acordo com o delegado Simael Ferreira.
O acidente com a roda-gigante ocorreu por volta das 21h do dia 15 de outubro. Ariel estava em uma das cabines do brinquedo ao lado de Fabrício quando o eixo da roda quebrou, fazendo com que a cabine com os dois despencasse de uma altura superior a cinco metros. Os dois foram internados em estado grave no Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande com traumatismo craniano. Apenas Fabrício resistiu.
Segundo o delegado Simael Ferreira, o parque estava irregular, advindo daí o fato de os indiciamentos terem sido feitos de modo a responsabilizar as pessoas que mantinham o empreendimento em funcionamento.
A Prefeitura de Várzea Grande, na figura do secretário de infra-estrutura, não realizou a devida fiscalização para permitir o funcionamento dos brinquedos no local. Além disso, o estabelecimento não possuía alvará do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) ou do Corpo de Bombeiros.
O delegado comentou que o dono do parque tocava o empreendimentode forma irregular até onde conseguia, sem ser incomodado pelas autoridades. “Ninguém parava nada e ele ia tocando”, frisa, explicando porque o maior responsável pela tragédia é a Prefeitura de Várzea Grande.
Além disso, a Rede Cemat realizou a ligação do fornecimento de energia para o local sem nem menos verificar o tipo de empreendimento, a demanda de energia e outros aspectos que, por terem sido ignorados, levaram a Polícia Civil a indiciar a empresa na figura da coordenadora de processos comerciais.
Outro que, segundo Ferreira, contribuiu para o funcionamento irregular do parque foi o zelador do ginásio poliesportivo, no bairro Parque do Lago, onde os brinquedos foram instalados. Isso porque o zelador fornecia água para os funcionários do parque.
O inquérito com os indiciamentos deve ser encaminhado à Justiça ainda esta semana.
