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Domingo, 08 de setembro de 2024

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Chrysler apresenta pedido de concordata; Obama confirma parceria com Fiat

A montadora americana Chrysler pediu nesta quinta-feira proteção sob o "Capítulo 11" da Lei de Falências americana --o equivalente à concordata (ou recuperação judicial, no Brasil). O pedido da empresa vem pouco depois de o presidente americano, Barack Obama, ter afirmado que apóia a decisão da Chrysler tanto pela concordata como pela parceria com a italiana Fiat.


"Ninguém deve se confundir quanto ao significado de um processo de concordata. Isso não é um sinal de fraqueza, mas sim um passo a mais em uma trilha claramente marcada para uma restauração da Chrysler", afirmou Obama.

O pedido de proteção sob a Lei de Falências foi feito em um tribunal federal em Nova York.

O executivo-chefe da montadora americana Chrysler, Robert Nardelli, disse que a empresa pode concluir o processo "nos próximos dois meses". "Dada a situação em que nos encontrávamos, [a concordata] acabou sendo a única solução", disse, segundo o site da rede americana de TV CNBC. "Não é a que eu teria escolhido em primeiro lugar, mas é a que tivemos de fazer."

Nardelli destacou que, com a concordata, a Chrysler poderá deixar dívidas e encargos para trás e emergir como uma empresa mais enxuta. Ele também afirmou que deixará a liderança da empresa após a conclusão do processo de concordata.

"É um momento apropriado para deixar que outros assumam a liderança na combinação da Chrysler com a Fiat. Trabalharei com todas as partes interessadas para que a nova empresa emerja rapidamente com êxito na aliança", disse Nardelli.

Pela lei, recorrer ao "Capítulo 11" significa que a empresa reconheceu que não pode quitar suas dívidas e pode ter um prazo para reorganizar suas contas junto aos credores. Caso não consiga quitar suas dívidas por um período pré-determinado, a empresa parte para a falência.

Em dezembro, o governo dos Estados Unidos, ainda sob o comando de George W. Bush, liberou o empréstimo de US$ 4 bilhões para que a Chrysler pudesse tentar se reerguer, além de US$ 13,4 bilhões para a rival General Motors --também me meio a uma crise. No último dia 21, o goveno anunciou ajuda de mais US$ 500 milhões para a Chrysler e mais US$ 5 bilhões para a GM.

Fiat

Em janeiro deste ano, a Fiat e o fundo de investimentos Cerberus Capital Management (controlador da Chrysler) anunciaram um acordo preliminar, pelo qual a italiana ficaria com uma participação de 35% na rival americana, mas não com pagamento em dinheiro, e sim através da partilha de instalações para produção de modelos pequenos e mais eficientes no consumo de combustível, além das redes de distribuição de ambas.

No dia 30 de março, Obama havia dado um mês para que a Chrysler apresentasse um programa de reestruturação em que reduzisse seus custos trabalhistas, equacionasse suas dívidas junto aos credores e fechasse um acordo de parceria com a concorrente italiana Fiat --Obama ofereceu até US$ 6 bilhões para ajudar a financiar a aliança.

Negociações

Pela manhã, um funcionário da Casa Branca informou que a montadora optou pela concordata depois que um grupo de fundos credores rejeitou a última proposta de reestruturação da dívida feita nesta madrugada --uma das exigências do governo americano para que o grupo não fosse obrigado a recorrer à Lei de Falências.

As conversas entre o Tesouro e o consórcio de 46 bancos e fundos de investimento aos quais a Chrysler deve US$ 6,9 bilhões se 'desintegraram' nesta madrugada. Embora o Departamento do Tesouro tenha melhorado sua oferta aos credores, um grupo de fundos de investimento que representa 40% da dívida total se negou a aceitar a oferta. A última oferta da Chrysler e do Tesouro era trocar os US$ 6,9 bilhões de dívida por cerca de US$ 2,5 bilhões em dinheiro.

Agora, um juiz decidirá quanto os credores receberão e como serão os pagamentos. Os US$ 6,9 bilhões de dívida estão assegurados com as fábricas e outros ativos do fabricante.

Obama criticou os credores que não chegaram a um acordo com a montadora. "Não estou ao lado deles. Estou ao lado dos funcionários da Chrysler, de suas famílias e de suas comunidades", afirmou. "Não fico ao lado daqueles que ficam de fora enquanto todos os demais fazem sacrifícios. É por isso que apoio os planos da Chrysler de usar as leis de falência para facilitar o caminho de suas obrigações restantes."

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