O Ministério Público Estadual (MPE) notificou o governador Silval Barbosa e o secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, a providenciar no prazo máximo de 48 horas a contratação, custeio dos exames, procedimentos e cirurgias de cateterismos, angioplastias, revascularizações, cineangio, próteses, dentre outros exames para idosos em hospital conveniado do SUS. Caso não haja vaga, a contratação e o custeio de cirurgia em hospital devem ser feitos na rede privada, aqui ou em outro estado.

O promotor Ari Madeira da Costa diz, na notificação recomendatória, que diariamente recebe reclamações graves de falta de atendimento adequado aos pacientes que estão na fila de espera para procedimentos hemodinâmicos. Há dezenas de pessoas na fila para exames do coração, muitas delas idosas, e algumas até morreram antes de conseguir atendimento. Nos últimos meses, cinco pacientes de Rondonópolis e um de Poxoréu morreram sem fazer exames.

Um paciente está há dois meses internado na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, correndo o risco de mais um infarto e sem o exame. Outros nove estão  internados na unidade de saúde na mesma situação. Além de 30 pacientes em casa, esperando a realização de exames cardíacos. “Quantas famílias mais irão sofrer a angústia de perder um parente sem saber se o tratamento a que tinham direito teria alguma eficácia no resguardo do seu bem maior, a vida?”, questionou o promotor no documento.

O promotor disse que caso não seja atendido pelo Estado, deve ingressar com uma Ação Civil Pública. “Primeiro pedimos uma solução sem partir para ação judicial. A situação é crítica”, comentou Ari Madeira.

O MP de Rondonópolis conseguiu, em maio deste ano, transferir dezenas de pacientes para realização de cirurgias ortopédicas em Cuiabá. Na época, ortopedistas se demitiram do Hospital Regional, criando uma demanda reprimida. Por falta de leitos, o Estado foi obrigado a contratar o Hospital Santa Rosa para atender os pacientes da região Sul.