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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Protetores bucais: como tornar a prática esportiva mais segura para atletas, associados de academias e alunos?

Neste ano, o Brasil ficou conhecendo Neymar, o jogador-menino santista, que é um brilhante profissional e encanta pelo futebol que joga. Mas o que nem Neymar conseguia imaginar é que, neste ano, além da fama, ele também enfrentaria problemas com a prática esportiva e o uso do aparelho ortodôntico. E problemas sérios.


Em março, enquanto jogava contra o Rio Branco, o atleta levou duas cotoveladas repetidas na boca que provocaram lesões graves. Segundo informações de Carlos Braga, médico que atende o time santista, o término desta partida, Neymar deixou o campo com um corte na boca e teve parte do aparelho nos dentes quebrado em virtude das cotoveladas dos adversários.

"Foi um horror o que vimos, eu nunca tinha visto isto antes. Uma das argolinhas do aparelho se enfiou na mucosa da boca dele, como se fosse um anzol. E não saía de jeito nenhum. Precisei anestesiar para tirar o pedaço do aparelho. Para evitar maiores danos, ele jogará, de agora em diante, com um protetor”, anunciou o médico à imprensa.

A falta de acompanhamento odontológico durante a preparação de atletas brasileiros é fato corriqueiro, mesmo com estrelas do primeiro time, como o jogador de futebol Neymar. “São raras as vezes em que os jornalistas conseguem noticiar o acompanhamento odontológico que um atleta recebe, preventivamente.

A última notícia que li neste sentido é de 1958, quando a seleção brasileira contou com o dentista Mário Trigo, um pioneiro da Odontologia do Esporte, como membro de sua comissão técnica. Mário foi dentista da seleção brasileira de futebol nas Copas de 1958, 62 e 66. Atendeu a atletas de diversas seleções até a Copa de 78”, relembra o Prof° Dr. Alênio Calil Mathias, membro do conselho diretivo do CETAO, Instituição de Ensino Superior – Extensão e Pós-Graduação em Odontologia.

De 1958 para cá, muita coisa mudou na prática esportiva e na odontológica. Já sabemos que o atleta, por exigir mais do seu corpo, necessita estar sempre atento à sua saúde. Entendemos que a saúde bucal não pode ficar fora deste contexto, pois já constatamos que o rendimento de um atleta pode ser reduzido, se ele tiver algum distúrbio na sua saúde bucal. E o rendimento do atleta está intimamente relacionado com a vitória ou a derrota de uma equipe ou de uma nação, dependendo da competição. “Deste modo, visando a melhoria do desempenho do atleta, faz-se necessário um exame odontológico minucioso a fim de promover o tratamento de eventuais doenças ou mesmo atuar de forma preventiva”, explica o diretor do CETAO.

Desde 2002, o CETAO vem agindo desta forma, preventivamente e terapeuticamente, atendendo os atletas do Centro Olímpico da Cidade de São Paulo, mediante convênio de cooperação firmado com a Prefeitura. Em 2007, a instituição de ensino criou o CODEC- Centro de Odontologia do Esporte do CETAO, um centro de excelência que vem firmando parcerias para atender atletas e desportistas. “Criamos o CODEC com o objetivo de contribuir com a evolução da Odontologia do Esporte. Nosso centro está produzindo protocolos de atendimento em todos os níveis de atuação odontológica. Estamos buscando também a integração da Odontologia do Esporte com os demais profissionais envolvidos em treinamentos e competições, como é o caso de fisioterapeutas, fisiologistas, nutricionistas e médicos ligados ao esporte”, explica o dentista Alexandre Jun Ueda,coordenador do CODEC.

Por meio de um contrato de cooperação científica com a Nihon University, universidade japonesa, o CODEC está realizando diversas pesquisas sobre a aplicabilidade de técnicas na Odontologia do Esporte no Brasil. “No Japão, a Odontologia do Esporte já está consolidada há mais de 20 anos. Nosso intercâmbio com este país está favorecendo a troca de conhecimento e experiência”, conta Ueda.

O coordenador do CODEC cita como um fruto positivo da parceria o desenvolvimento de um protetor bucal 100% nacional que foi adotado pela Federação Japonesa de Karatê. “Esportes de contato e de alto impacto tais como, boxe, judô, karatê, jiu-jitsu, luta greco-romana, sumô, futebol, basquetebol, voleibol, handebol, mountain bike, motocross, hockey in line, patins in line exigem o uso de um protetor adequado para assegurar a melhor performance do atleta. Durante nossa última estadia no Japão, o CODEC apresentou uma sugestão de protocolo de confecção e uso deste protetor bucal para todos os atletas praticantes de karatê. Estamos aguardando a normatização do uso deste protetor bucal pela entidade que representa esta categoria esportiva”, diz Alexandre Ueda, coordenador do CODEC.

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