O secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, e o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, negaram nesta terça-feira (20) uma suposta venda da divisão de vacinas do instituto para a indústria farmacêutica Sanofi-Aventis. A informação sobre o negócio foi publicada em artigo no jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira (19), assinado pelo cientista Isaías Raw, ex-diretor do instituto.

Ao comentar a polêmica, Cerri disse que o local é importante para o estado e que a venda não teria cabimento. "Não há nenhuma possibilidade. O Instituto Butantan é um patrimônio do estado, é estratégico assim como a USP e o Hospital das Clínicas", disse.

Já Kalil ironizou as especulações sobre a investida da Sanofi-Aventis. "Se eu fosse da indústria farmacêutica internacional eu também teria interesse em comprar o instituto já que o Butantan, teoricamente, atrapalharia algumas das ações", afirmou, negando em seguida ter conhecimento sobre o possível negócio. "Eu nunca ouvi falar de venda alguma."

O ministro Alexandre Padilha expressou o desejo de que o instituto siga como propriedade do governo estadual. "O Ministério da Saúde tem dado todo o apoio para que o instituto siga público", afirmou. "É importante que o Brasil mantenha pelo menos duas instituições como públicas: a Fiocruz e o Butantan."

Na opinião de Raw, caso a interferência da empresa se concretize, o acordo seria nocivo ao país, já que as farmacêuticas não teriam interesse em vender produtos como vacinas e soros, típicos do Butantan, por preços acessíveis.