Assim que a Câmara Municipal de Várzea Grande retomar os trabalhos, em 2012, o titular do Comando Regional II da Polícia Militar, tenente-coronel Wilquerson Felizardo Sandes, pretende propor aos vereadores a discussão de um projeto de lei municipal controverso: a restrição do horário de funcionamento dos bares na cidade.
A idéia é limitar até as 23h o período de funcionamento dos locais de venda e consumo de bebida alcoólica com a intenção de reduzir os altos índices de violência verificados em Várzea Grande.
A possibilidade de restrição do horário de funcionamento de bares já está virando tema na boca da população várzea-grandense desde que o coronel começou a falar do assunto em recente entrevista ao jornal Diário de Cuiabá.
“Estamos falando de um estágio de consciência da população”, resume o coronel, antecipando-se à polêmica que a proposta ainda deve gerar. Ele esclarece que a medida de restrição de horário já foi adotada em cidades brasileiras com altos índices de violência como Diadema, no ABCD paulista. Além disso, a medida é apoiada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, segundo o comandante.
Nos argumentos do coronel estão estatísticas como a que aponta que 50% dos envolvidos em casos de homicídio – tanto vítimas quanto suspeitos – encontravam-se alcoolizados no momento do crime. O período entre as 23h e as 6h é quando mais se registram ocorrências em Várzea Grande, completa Wilkerson.
Em Várzea Grande, outro dado que sustenta a proposta do coronel é o fato de que 62 assassinatos registrados este ano pela polícia ocorreram em áreas próximas a bares. Desses estabelecimentos, cerca de 80% estão irregulares e sem alvará de funcionamento, sem contar que figuram muitas vezes como ponto de venda e distribuição de drogas ilícitas.
Até o momento, a restrição de horários dos bares é apenas uma idéia em formulação que pode ter também alguma tolerância, explica Wilkerson. Ele menciona que é possível estabelecer requisitos que, caso atendidos pelos estabelecimentos, os tornem aptos a funcionar madrugada adentro.
