A reviravolta na vida da dona de casa Joseane Carlos dos Santos, viúva do vendedor ambulante Gilson Alves, morto em uma operação da Polícia Civil envolvendo os investigadores Edson Leite e João Osni Guimarães, está "desastrosa", conforme suas próprias palavras em uma conversa de desabafo com a reportagem do
Olhar Direto. Desamparada, ela e sua família, composta pelos dois filhos, voltaram para a casa dos pais e lá vivem sob o amparo de familiares.
A pequena casa no bairro São Matheus, próximo de onde ocorreu a tragédia que vitimou seu marido em maio de 2011, desde então virou seu lar. Como ela não trabalhava e a casa era sustentada por Gilson, logo após a morte dele Joseane ficou sem dinheiro para pagar as contas e voltou para a casa dos pais, onde dorme com as crianças de 7 e 12 anos em um pequeno quarto. Os três sobrevivem apenas com uma fonte de renda - a aposentadoria do pai.
Diante de uma situação desconfortável, ela se mostra indignada quando compara sua sua atual realidade com a dos familiares dos policiais civis, Leite e João Osni, também conhecido como “Caveira”. “Essas pessoas [que eram representantes] do Estado tiraram a vida do meu marido, e a família deles continua recebendo auxílio” enfatizou ao
Olhar Direto. Ela destaca ainda que não era rica, mas tinha uma vida confortável ao lado de Gilson, e que agora vive uma realidade totalmente diferente.
Gilson Alves morreu no dia 23 de maio, há quase oito meses, no posto 2006, após supostamente reagir a abordagem policial de Edson Leite. Este teria ido até o local para prender um ladrão de carretas, confundido com o ambulante, que acabou morto a tiros em uma mata próximo ao local. Quanto ao “Caveira”, teria chegado ao posto por uma coincidência e, ao avistar o colega em perigo, prestou auxílio. Porém, ambos morreram em um acidente de carro rumo a uma unidade de saúde.