Ultraviolência é uma das gírias utilizadas pelos drugues (amigos) do protagonista do clássico Laranja Mecânica de Anthony Burgess, que foi imortalizado nas telas pelo diretor Stanley Kubrick. O termo é utilizado por uma juventude delinquente que se diverte com atos violentos, cometendo barbaridades como o estupro, por exemplo. E é justamente o estupro que “une” dois criminosos que cumprem pena na Penitenciara Central do Estado (PCE), Lindomar Nunes Carvalho e Edson Alves Delfino. Recentemente, ambos presos se encontraram nas celas e Delfino, conhecido por violentar e assassinar brutalmente um garoto, estuprou o ‘colega’ que também pagava pena por crimes sexuais. Esta é só mais uma prova de que o sistema penitenciário brasileiro é podre e não recupera ninguém, tal qual o do futuro sem perspectiva retratado em Laranja Mecânica. Na trama de Burgess, a saída para estancar a violência é ainda mais violenta e perigosa. Na vida real, parece ser isso o que as pessoas querem. Alguns chegaram a ‘ver’ com bons olhos a atitude de um condenado por estupro estuprar o outro. Mas seguindo essa lógica, alguém ainda falta ser estuprado e essa conta nunca fechará. É uma espiral de violência.