“Aj, chce cie zlapac”: reconhece? É a tradução em polonês de “Ai, se eu te pego” (de Antonio Dyggs e Sharon Acioly), uma das versões da música, que invadiu a internet e virou um fenômeno mundial na voz de Michel Teló. Há cinco meses, ele deixou de ser apenas mais um cantor sertanejo do Brasil para se tornar artista universal, com o hit mais baixado do iTunes em dezenas de países da Europa e da América Latina, e visto cerca de 108 milhões de vezes no You Tube (até o fechamento desta matéria). Depois de desbancar Adele e Coldplay em número de downloads no ano passado, e ser “forçado” a emendar uma turnê fora do Brasil este mês, o que vem por aí nem Michel sabe dizer. A vida está mais o levando do que sendo levada por ele neste momento. Mas quem é este Rei Midas, que encosta a mão numa canção simples e a transforma num hit de ouro?

— Sou um cara que lutou muito para chegar aqui. Toco em baile desde os 12 anos. Na adolescência, saía da aula na sexta, pegava um ônibus de linha e encarava mais de 20 horas de viagem, sozinho, para tocar em outros cantos — lembra o paranaense, de 30 anos, que desde que ganhou sua primeira sanfona, na infância, conta com o apoio carinhoso do pai, Aldo Teló: — Ele é demais! Sempre acreditou em mim. Patrocinou meu primeiro disco, montou um estúdio para em Campo Grande... Mas nada foi dado. Já toquei em muita campanha política na vida. Com esse dinheiro, ia pagando meu pai aos poucos.

Isso tudo já na época que os Teló estavam “bem de vida”, como se diz no interior.