Dizem que quem vive de passado é museu. Mas essa parece ser a filosofia adotada atualmente por Sílvio Santos no SBT. Tanto que as principais novidades da grade da emissora se resumem a apostar no que já fez sucesso na TV em anos anteriores.
A lista conta com a volta de dois nomes que estavam fora do ar e que se enquadram perfeitamente no apelo popular que o canal pretende reforçar em 2009. O pagodeiro Netinho de Paula conta com a direção de Marlene Mattos no semanal Show da Gente, que estréia dia 9. É um formato bem similar ao extinto Domingo da Gente, que apresentou na Record entre 2001 e 2006 e originário do quadro Dia de Princesa, do Domingo Legal, do próprio SBT.
Já Carlos Massa voltou nesta segunda, 4/5, com seu Programa do Ratinho repaginado, investindo em jornalismo e entretenimento. "A idéia é passar a informação de um jeito bem simples, despertando no telespectador o interesse em aprender sobre temas que ele desconhece", explica.
A tentativa de investir no passado vem de equívocos cometidos desde 2005. Na época, uma pesquisa encomendada por Sílvio Santos aliada a queixas do departamento comercial sobre o apelo popular da emissora desencadeou uma série de mudanças na programação.
Com elas, o SBT não só perdeu sua identidade como também o título de segundo lugar da audiência, hoje uma disputa acirrada com as concorrentes Band e, principalmente, com a Record. "Acho que o Sílvio percebeu que não se muda o perfil do seu público de uma hora para outra. Tanto que o próprio programa dele voltou às origens e pegou de novo", avalia Ratinho, satisfeito com o interesse do "patrão" em mantê-lo na rede.
Tanto Netinho quanto Ratinho têm contratos de sociedade com o SBT. E ambos finalizam em dezembro, iniciando um período de temporadas para o canal com alguns de seus programas. Por isso, a necessidade de retorno é maior ainda. "Tira a despesa de produção e vê quando deu. Metade é nossa e a outra parte vai para o canal", entregam ambos.
Para Netinho, a expectativa do sucesso é lançada em cima da visão crítica de Marlene Mattos, que depois de uma parceria de sucesso com Xuxa e, em seguida, um período de "vacas magras" no campo profissional, volta sem abandonar o ar mandão. "Já conversei com o Netinho e fico só um tempo, até o programa pegar. Depois a gente senta e vê o que acontece", diz, sem dar mais detalhes.
Outro programa reestreou nesta segunda-feira. O Casos de Família retornou à grade com formato, cenário, dinâmica e apresentadora novos. Ao contrário da antecessora Regina Volpato, Christina Rocha agora comanda os conflitos interpessoais dos participantes de pé, circulando pelo estúdio.
Na quinta, o Astros também ganha nova temporada com dois quadros diferentes. No primeiro, Astros Consagrados, nomes que já são conhecidos do público são entrevistados. Já no segundo, Astrokê, pedestres se arriscam em cabines instaladas em vários pontos de São Paulo. Tudo para aumentar a audiência e, é claro, o número de inscritos. "As audições são monstruosas e milhares de pessoas se expressam livremente aqui", defende o jurado Arnaldo Saccomani.
O "reality show" Supernanny parece precisar de poucas modificações para se manter na programação. Tanto que em sua sexta temporada, que estréia no próximo dia 16, a educadora Cris Poli, junto com sua equipe, priorizou as histórias, buscando realidades distintas das já abordadas no programa. Como em um dos episódios, onde precisa ajudar os pais a contar para a filha que ela é adotada.
"Queremos abordar dinâmicas familiares diferenciadas e encontrar uma possibilidade de restaurar o equilíbrio da família", ressalta Ricardo Perez, diretor.
