O artista português Leonel Moura apresentou, no Museu da Água, em Coimbra, um livro de 30 poemas escrito por um robô, para mostrar que é possível "romper fronteiras e criar novas expressões artísticas".

"Considero que a máquina faz arte, na medida em que esta, tal como nós a conhecemos hoje, não é simplesmente uma expressão sensível ou de caráter emocional --também tem um expressão de caráter matemático ou científico", afirma o criador de Isu, o robô poeta.

No livro, com o título de "Poesia Robótica", Leonel Moura escreve que "as máquinas, quando dotadas de autonomia e alguma inteligência, conseguem gerar criações originais independentes do humano que esteve na origem do processo".

Os 30 poemas reunidos na obra foram produzidos em uma semana por Isu, que usa um dicionário baseado em um conjunto de poemas de autores conhecidos. A máquina escreveu cerca de cem textos.

Projeto

Leonel Moura, que se tem destacado em outros países com o seu trabalho de robótica e inteligência artificial, considerou que "esta obra de arte vale por aquilo que provoca de excitação ou de emoção no observador"".

"Se uma máquina está a escrever um poema, isso provoca controvérsia, o que é uma forma de motivarmos e agitarmos a inteligência", disse. "O que conta em todas as formas de expressão artística não é tanto o que está lá --é o efeito que provoca no observador."