“Vamos brincar o carnaval conscientes?”, questiona, com um sorriso no rosto, a agente de saúde Maria Rosária Rodrigues os motoristas que passam pela avenida do CPA, em frente ao Shopping Pantanal. Na mão, uma cartela com cinco camisinhas dissipa qualquer dúvida que ambígua frase pode ter causado. É uma campanha que visa a evitar a prática do sexo sem preservativo durante o carnaval. Segundo ela, idosos e adultos são os que melhor aceitam.

“Tem que falar assim, porque a pessoa pode estranhar se você já chegar entregando a camisinha”, explica Rodrigues. “Ai a pessoa nem aceita [pegar]”, completa. Maria Rosária é agente de saúde do Programa Saúde da Família (PSF) do bairro Novo Paraíso. Na ‘operação carnaval’, ela trabalha com a enfermeira e a estagiária do PSF, respectivamente, Fernanda Romero Sandrim e Thalita Vargas e as colegas agentes de saúde Cristiane Oliveira e Kedman Antunes.

“A gente ouve muita piadinha, mas é bom porque as pessoas recebem a gente com bom humor”, comenta Maria Rosária, enquanto o sinal verde libera o fluxo dos veículos. “Algumas pessoas nem pegam, ficam com vergonha”, conta

Quem mais se inibe em receber os preservativos são os jovens. “Quem mais pega são os adultos e os idosos”, conta a agente. Enquanto alguns, sem graça, se recusam a aceitar o ‘brinde’, outros buzinam e pedem o 'brinde', mesmo quando o semáforo não está fechado.

O trabalho começou por volta das 7h00, conforme conta a enfermeira Fernanda Romero Sandrim. Antes das 10h as 22.500 camisinhas já estavam quase todas entregues. Entre piadinhas, cantadas, negativas, rubores e pedido de ‘me dá mais uma’, os preservativos foram todos entregues e a missão cumprida com êxito. Agora é se vestir e pular o carnaval.