Quem vê a dupla de ataque do Palmeiras brilhando no Campeonato Paulista pensa que Maikon Leite e Hernán Barcos se conhecem há anos, que já jogaram juntos pelo menos 100 partidas. Longe disso. Há apenas cinco jogos formando a parceria titular do setor ofensivo, Maikon e Barcos têm personalidades bem diferentes, mas se entrosaram de maneira surpreendente em campo. Desde que o técnico Luiz Felipe Scolari optou pela dupla, a média de gols por jogo no Paulistão passou de 1,8 para 2,6.
Com a dupla, o Verdão fez 13 gols em cinco jogos, contra 11 nos primeiros seis confrontos do campeonato. Desses 13, sete vão para a conta do ataque – dois de Maikon e cinco de Barcos. O time marcou pelo menos três gols em quatro dessas partidas da atual sequência. E tudo isso com pouco tempo para treinar e aperfeiçoar a parceria, já que a sequência de jogos impede que Felipão faça trabalhos mais específicos com seus atacantes.
– Tenho um elenco mais qualificado, no qual os jogadores podem brigar mais por posição. E como o ambiente está um pouquinho melhor, facilita a situação – afirmou Luiz Felipe Scolari.
O começo de Maikon Leite e Barcos poderia ter sido desastroso. Reservado e muito sério, o argentino foi apresentado em janeiro e logo virou alvo das brincadeiras do companheiro de ataque, um dos mais animados do elenco. Foi Maikon quem iniciou uma busca por apelidos ao centroavante, que não gostou muito e chamou a atenção do colega nos vestiários. Barcos, definitivamente, não veio ao Brasil para brincar.
Já o camisa 7 é bem mais expansivo e lidera a maioria das cenas de humor da Academia de Futebol. Aos poucos, conseguiu “dobrar” Barcos e fazer o artilheiro aceitar melhor as brincadeiras. Nas últimas entrevistas, o argentino sempre tem falado com carinho do novo companheiro de ataque.
– Maikon é um grande jogador e grande companheiro, é um ótimo garoto. Bastante divertido, animado, espero fazer muitos bons jogos com ele, assim como tem sido no início – comentou Barcos.
Contra o São Caetano, neste domingo, no Pacaembu, a dupla tem mais uma oportunidade para afinar o entrosamento. Felipão tem apostado demais em Maikon Leite e Barcos. Tanto que cada um pôde jogar praticamente todos os 450 minutos dos últimos cinco jogos – apenas Maikon foi substituído, no clássico contra o São Paulo, mas já nos acréscimos. Tempo de sobra para os novos amigos se aproximarem.
