A queda do líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), comunicada ao congressista pela presidente Dilma Rousseff, durante reunião no Palácio do Planalto, pode provocar novo adiamento da votação do Código Florestal, prevista para ocorrer nesta terça e quarta-feira.

Novo adiamento deve ocorrer porque Vaccarezza foi peça fundamental na condução de todas as negociações entre líderes partidários e as bancadas ambientalista e ruralista para aprovar a proposta.

O vice-líder da Minoria na Câmara, deputado federal Nilson leitão (PSDB/MT), manteve encontros com líderes do governo, como o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), e da oposição para buscar um posicionamento do governo com relação ao compromisso assumido pelo governo de votar a matéria na noite desta terça-feira.

"Estamos nos articulando para que o governo cumpra o comprimisso er coloque a matéria em votação nesta semana, como foi acertado. O governo quer correr da briga e prazo regimental já passou, já que a votação estava marcada para a semana passada.
O sentimento é de que governo nãoquer votar nada nesta semana", avalia Leitão.

Segundo interlocutores ouvidos pelo Olhar Direto, a troca do líder foi a forma encontrada pelo governo para ganhar mais tempo e, assim, contornar a crise com uma descontente base aliada. O deputado Paulo Teixeira (PT/SP), atual líder do PT na Câmara, é o mais cotado para assumir o cargo.

A principal polêmica em torno da votação do Código Florestal é a necessidade de recomposição de áreas desmatadas e a anistia a desmatadores e produtores que não aderirem a programas de regularização ambiental.
 
O projeto precisa ser aprovado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff antes do dia 11 de abril, data de vigência do decreto que pune proprietário de terras que não estiverem em concordância com a legislação ambiental.