A morte da atriz Natasha Richardson, dois dias após uma queda enquanto esquiava com os filhos, deve ser aproveitada como lição. Segundo os relatos apresentados, na segunda-feira (16), a atriz levou um tombo simples, sem sinais de lesões aparentes no crânio. Mesmo assim, foi atendida pela equipe de socorro e levada de volta ao hotel.

Até esse momento Natasha não apresentava sintomas nem se queixava de dores. Foi orientada pela equipe de socorro e pelo instrutor a procurar atenção médica, porém se recusou a isso. Uma hora após o tombo começou a sentir dores de cabeça e a ficar tonta. Foi atendida em um hospital local, sendo transferida para Montreal e posteriormente para Nova York.

Na quarta-feira (18), a morte de Natasha Richardson foi anunciada. A autópsia determinou que a causa da morte foi um traumatismo craniano causando um hematoma epidural. Os hematomas epidurais se formam entre o crânio e a meninge, membrana que envolve o cérebro. O acúmulo de sangue comprime o tecido cerebral, que acaba morrendo.

A história natural desse tipo de lesão pode envolver um período lúcido que pode durar de minutos a horas. Durante esse tempo a vitima não sente nada de anormal, mas sua situação clínica pode se agravar muito rapidamente. Os hematomas epidurais acontecem em 1% a 2% dos traumatismos cranianos e são responsáveis por 10% dos casos de coma por pancadas na cabeça.

Em quais traumatismos devemos procurar socorro médico? Se após o trauma a vítima perder a consciência, mesmo que por pouco tempo, esse é um sinal de alarme. Alterações visuais, náuseas ou problemas de equilíbrio indicam a necessidade de avaliação especializada.

O tratamento, se o diagnóstico for feito precocemente, é simples, embora na maioria das vezes, cirúrgico, e pode evitar as sequelas e a morte. O importante é lembrar que, se alguém sofre um traumatismo na cabeça e passa a sentir dores ou outros sintomas, deve procurar assistência médica logo.