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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Programa pioneiro da USP de São Carlos vai mapear biodiversidade

Um programa pioneiro e premiado internacionalmente desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos vai ajudar a descobrir a biodiversidade das florestas.


Hoje, somente com a análise de frutos e flores é possível descobrir a biodiversidade vegetal e saber qual é a espécie de cada árvore. “Se nós olharmos a nossa volta, podemos observar que é dificil encontrar flores e frutos em uma floresta. Isso dificulta o levantamento florestal”, disse o Odemir Martinez Bruno, professor do Instituto de Física da USP.

Por isso, as folhas passaram ter importância para os físicos, que foram para floresta encontrar uma maneira matemática de catalogar e entender a biodiversidade. Para isso, é preciso coletar apenas algumas amostras. "Muitas dessas espécies podem conter a cura para alguma doença, por isso a importância desse levantamento", disse o doutorando Dalcimar Casanova.

No laboratório, as folhas são digitalizadas e ampliadas em um microscópio. As imagens vão para o computador e são analisadas características como formato, cor e textura. Depois tudo é transformado em números. A vantagem da nova técnica é que ela é mais rápida e precisa.

Os pesquisadores desenvolveram um método para calcular as características das folhas. O resultado é uma assinatura, uma impressão digital de cada espécie.

Com o uso da inteligência artificial, é feita uma comparação dessas assinaturas em um catálogo. “Hoje em dia a nossa ciência é incapaz de fazer um catálogo de uma floresta como a Amazônia, então nós precisamos fazer com que a ciência evolua para resolver esse problema”, disse o professor.

Além de agilizar o mapeamento das florestas, a técnica também pode ser aplicada na agricultura para o acompanhamento de uma lavoura. “É possível medir o quanto está sendo colocado de adubos em uma lavoura, se há a deficiência de algum produto. Sol, chuva, sombra, a composição química do solo. Tudo isso acaba refletindo na folha”, explicou o doutorando Maurício Falvo.

A pesquisa de 10 anos já ganhou um prêmio internacional na Holanda. “Essa natureza esconde muita coisa e a matemática é capaz de revelar e traduzir para uma linguagem que o cientista consegue trabalhar. Nós conseguimos produzir coisas úteis a partir disso, tendo um mapeamento mais inteligível do que a gente encontra na natureza”, destacou o doutorando João Batista Florindo.
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