Depois dos 18 anos e sem os cuidados dos pais, algumas pessoas se esquecem de que ainda faltam espaços a serem preenchidos na carteira de vacinação.

Muitos só se deram conta do assunto depois da campanha contra a rubéola, no ano passado, que vacinou 93,2% da população entre 20 e 39 anos. "O resultado é fantástico. Trata-se de uma faixa etária que não costuma participar de campanhas", diz Helena Sato, diretora técnica da divisão de imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Mas só essa não basta. Na idade adulta, a secretaria recomenda quatro tipos de vacina : a dupla tipo adulto, contra a difteria e o tétano, a tríplice viral, que combate o sarampo, a rubéola e a caxumba, a da febre amarela, e a da gripe, indicada aos maiores de 60 anos.

"É muito importante que essas vacinas sejam tomadas. Em São Paulo, no ano passado, foram confirmados 26 casos de tétano, sendo que 24 ocorreram em adultos. Do total, 11 pessoas morreram, ou seja, 42,3%. É uma doença grave, e a vacina ainda é a melhor forma de prevenção", explica Helena.

O risco de surtos é um motivo a mais para os adultos comparecerem aos postos de saúde. "Desde 2001, por exemplo, apenas casos de sarampo importado foram registrados no Brasil, mas nem por isso a vacina é desimportante. No Reino Unido, por exemplo, a doença ainda existe. A globalização é real, e uma pessoa não vacinada pode adquirir a doença, fazendo com o que o vírus volte a circular no Brasil", afirma a diretora.

A publicitária Alessandra Avanzo, 38 anos, é uma das pessoas que se preocupam em deixar a carteira de vacinação atualizada. "Como prevenção, acho importante. Ainda mais sendo mulher. Se a pessoa pegar rubéola na gravidez, por exemplo, o bebê pode nascer com deformações", fala a publicitária, que, na última campanha, arrastou a irmã mais nova, de 28 anos, ao posto de saúde. Das quatro vacinas indicadas pela Secretaria da Saúde, Alessandra só deixou de tomar a da gripe. "Se eu já estivesse com 60 anos, claro que tomaria."