O vírus da gripe suína, denominado oficialmente como gripe A (H1N1), surgiu naturalmente e não em laboratório, segundo Keiji Fukuda, diretor-geral adjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a organização, foram registrados 6.497 casos de contaminação em 33 países, incluindo 65 mortes.
"Após vários dias de análise, podemos afirmar que o vírus foi criado de forma natural, e não no laboratório", afirmou Fukuda, em entrevista coletiva. A hipótese havia sido levantada nos últimos dias por um cientista australiano devido as caraterísticas mutáveis do vírus.
Segundo especialistas, a H1N1 tem características "instáveis", o que demonstra ser resultado de uma mutação genética quando exposto a outros vírus. De acordo com Guan Yi, microbiologistas da Universidade de Hong Kong, o vírus tem demonstrado muita "eficiência" na contaminação com outras pessoas.
"O vírus se espalhou há poucos meses e nós já vemos um crescimento sustentável da contaminação entre a população humana. A chance da infecção crescer é cada vez maior", disse Yi, em uma entrevista nesta terça-feira ( 12) à rede de notícias Reuters.
Mais cedo, o governo mexicano afirmou que pedirá um ressarcimento financeiro na Assembleia Anual da OMS or ter alertado o mundo sobre a epidemia de gripe suína. O país, que é considerado o foco da doença, possui 2.446 casos de contaminação, incluindo 60 mortes.
Os Estados Unidos, país com o maior número de casos de infecção, registrou 3.352 casos, incluindo três mortes. O Canadá informou 389 casos, incluindo uma morte, enquanto a Costa Rica tem oito casos registrados, incluindo uma morte.
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).
