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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

FDA aprova novo aparelho com laser para lipoaspiração

Dermatologistas americanos apresentaram na semana passada um novo aparelho para lipoaspiração a laser. A técnica utiliza o calor da luz para derreter as células de gordura.


O novo aparelho, chamado SlimLipo, foi aprovado pela FDA (agência americana que regula fármacos e medicamentos) e ainda não tem prazo para chegar no Brasil --que já utiliza outro equipamento com técnica parecida há cerca de um ano.

Segundo o cirurgião dermatológico Carlos Roberto Antônio, diretor científico da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo, as vantagens do novo aparelho são permitir que a lipoaspiração seja feita com anestesia local --em vez de anestesia geral-- e diminuir a duração do processo em comparação com a lipoaspiração convencional.

A expectativa dos especialistas é que o aparelho chegue ao Brasil no meio deste ano.

Antônio diz que o procedimento pode ser feito por cirurgiões plásticos ou dermatológicos, em consultórios ou clínicas que tenham a infraestrutura necessária (como equipamentos para reanimação e ventilação mecânica) para dar suporte ao paciente, caso aconteça alguma emergência.

Mesmos riscos

O dermatologista Alexandre Filippo, coordenador do departamento de laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia, no entanto, aponta apenas duas vantagens da lipoaspiração a laser em comparação com o método tradicional: o tempo de recuperação do paciente é menor (entre quatro e seis dias, enquanto na lipoaspiração tradicional a recuperação leva de nove a 15 dias) e o calor do laser estimula a produção de colágeno, impedindo que a pele tratada fique com aparência flácida.

Filippo ressalta, porém, que a lipoaspiração a laser traz os mesmos riscos do procedimento convencional, realizado por cirurgiões plásticos.

"A lipo a laser é um procedimento invasivo como a cirurgia normal. A técnica não é tão simples como parece e é um procedimento cirúrgico. O paciente precisa tomar anestesia. E se eu disser que não existe risco de embolia [deslocamento de um coágulo de gordura para o pulmão ou coração], por exemplo, estou mentido. É raro, mas pode acontecer."

Centros cirúrgicos

Filippo diz também que não recomenda realizar o procedimento em consultórios ou clínicas, pois há riscos para o paciente. "Acho que [o procedimento] deve ser feito em centros cirúrgicos, pois, se houver alguma complicação durante a realização, como perda dos sentidos ou queda de pressão, você tem toda a estrutura do hospital", avalia o especialista.

Filippo faz mais uma ponderação. "A técnica deve ser usada por médicos cirurgiões, e não por qualquer dermatologista que usa laser em consultório. O dermatologista comum não tem esse tipo de preparo", diz.

De acordo com Antônio, a área a ser lipoaspirada é marcada pelo médico, e o paciente recebe anestesia local. Em seguida, uma cânula de 1,5 mm de diâmetro é inserida na pele e a luz do laser é acionada. Assim como na lipoaspiração tradicional, o médico realiza movimentos de vai-e-vem e é guiado pelo laser, que pode ser visto por baixo da pele.

"Com o calor da luz do laser, a membrana dos adipócitos [células que armazenam gordura] é quebrada e a gordura derrete, vira líquido", diz Antônio.

Depois que a gordura é derretida, o excesso é aspirado com outra cânula. Em casos mais simples, a gordura pode ser drenada com massagens e eliminada naturalmente.

O dermatologista Luís Fernando Tovo, do Hospital Sírio-Libanês, diz não ver benefícios no procedimento em comparação com a lipo tradicional.

"O laser foi apresentado como uma grande novidade, mas o que ele faz é tirar a gordura derretida enquanto o outro método tira a gordura inteira. O resultado é o mesmo. Não vejo isso como revolucionário e o procedimento é mais caro."

O fabricante estima que as sessões no Brasil devam custar entre R$ 3.000 e R$ 15 mil, dependendo da área a ser tratada. O valor de R$ 3.000, por exemplo, se referiria a regiões menores, como a papada --a versão tradicional custa cerca de R$ 1.500.

José Teixeira Gama, secretário-adjunto da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diz que ainda não existem estudos científicos que corroborem a segurança e a eficácia da técnica de lipoaspiração a laser.

"Os resultados apresentados ainda são muito recentes. Nós sabemos que, no futuro, o laser poderá ser utilizado em algumas modalidades de lipoaspiração, mas ainda é muito cedo para dizermos que é bom", diz.

Gama diz ainda que a comunidade científica ainda não chancelou o procedimento. "Não é porque tem nos Estados Unidos que é bom. Tem muita porcaria lá. Eles também fazem coisas que não funcionam", diz.

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