A tese de que o turista italiano Mário Bergamaschi, 50, cometeu suicídio ganha mais força nas investigações da Polícia Judiciária Civil. Os ferimentos encontrados no corpo encontrado no Portão do Inferno indicam que Bergamaschi realmente pulou do precipício.
“Os ferimentos dão a entender que ele caiu em pé”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Eliane Silva Moraes, em entrevista concedida por telefone ao
Olhar Direto. “Isso indica que foi ele mesmo que pulou”, completou a delegada.
Momento após o resgate, peritos confirmaram que a tese de suicídio era a mais provável aos olhos da Polícia Civil, levando em conta um cálculo feito com a altura do precipício e a distância que o corpo encontrava-se da base do ponto de queda.
No cálculo preliminar feito pela polícia civil no momento do resgate, 40% da probabilidade era de suicídio, em variáveis que incluíam ainda um possível empurrão, uma indução ao pulo e uma queda acidental.
De acordo com familiares, Bergamaschi veio ao Brasil para acompanhar a transferência do pai, que está fazendo hemodiálise e trocou a Itália pelo Brasil.
“Ele veio acompanhar o pai, que já morou muito tempo aqui [em Cuiabá]. Veio ver como seria o tratamento aqui, os equipamentos e os médicos”, afirmou Marcos Peixoto, primo de Bergamaschi.
Aventureiro
Marcos Peixoto guarda do primo a lembrança de alguém extrovertido e aventureiro, a antítese do perfil clássico de um potencial suicida.
"Talvez ele tenha tentado tirar uma melhor foto do local, um ângulo melhor, não sei", cogita.
No entanto, o parente do turista afirma confiar no trabalho da polícia e não questiona a linha trabalhada até o momento. “Prefiro aguardar o resultado das investigações”, afirmou.
Na Itália, Bergamaschi deixou uma filha de mais de 20 anos. De acordo com seu perfil no
Facebook, era viúvo. Amigos, conhecidos e parentes têm usado a rede social para dar o último adeus ao turista.
Atualizada às 19h10