Denúncias colocam em xeque 193 estudos de um professor japonês de anestesiologia. Uma carta assinada por 23 chefes de redação de jornais especializados pede que sete instituições que contrataram Yoshitaka Fujii examinem com cuidado a autenticidade de seus estudos e arquivos publicados, e se certifiquem de que Fujii tenha aprovação ética para as publicações e, além disso, se os fatos realmente aconteceram. Editores afirmam que os jornais que não receberem a confirmação dos dados e da ética das pesquisas removerão os artigos.

Tudo começou com um artigo na publicação especializada Anaesthesia que questionava a veracidade dos dados de 168 artigos do pesquisador. Fujii foi demitido da Universidade de Toho, em Tóquio, depois de publicar oito artigos sem a aprovação do comitê de ética. Ken Takamatsu, decano da faculdade de medicina de Toho, diz que é difícil comprovar fraude no trabalho de Fujii. "Não temos evidências de que há fabricação (de dados), mas não acreditamos que os artigos falem a verdade", diz Takamatsu.

Fujii pode bater o recorde por ter o maior número de documentos retratados. Atualmente o dono de tal marca é Joachim Boldt, um anestesista alemão, que teve quase 90 artigos recolhidos no ano passado suspeito de forjar dados. Ele acabou demitido do hospital onde trabalhava.