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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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'O cara que nunca lutou não deveria ser jurado', diz Ricardo 'Cachorrão'

Foto: (Foto: Reprodução / Facebook)

Escola Gracie de jiu-jítsu: lutador vence no início da carreira no MMA

Escola Gracie de jiu-jítsu: lutador vence no início da carreira no MMA

O brasileiro Ricardo "Cachorrão" Almeida pode estar fazendo parte do início de uma nova tendência no MMA. Aposentado desde o ano passado, ele será o primeiro ex-lutador a atuar como jurado no UFC. O evento em questão é o UFC: Diaz x Miller, que ocorre neste sábado em East Rutherford, no estado americano de Nova Jersey. Cachorrão será um dos três juízes que atuam do lado de fora do octógono em seis dos 12 combates do card. Mas ele acredita que a experiência que tem lá dentro é que vai ser o seu grande diferencial:


- Esse negócio de jurado vai ser sempre muito controverso. Eu surfei a minha vida toda, e nos campeonatos de surfe acontece a mesma coisa. Todo mundo sempre odeia os jurados. Eu não quero chegar lá e mudar tudo. Quero entender o processo e me alinhar com o pessoal que julga. Assim, vou poder treinar melhor os meus alunos, já sabendo como funciona a cabeça dos jurados. E o fato de ter um ex-lutador como jurado cria mais consistência no esporte, ainda mais hoje em dia, pois o MMA evolui muito rápido. A cada UFC nós vemos coisas que ninguém viu. Por isso, precisamos ter caras que já estiveram lá dentro (lutando). O cara que nunca lutou não deveria ser jurado. Eles não sabem o que estão olhando. O cara deu um soco, o outro defende, vira o ombro... O jurado não entende muito bem, está lá como espectador. Ele tem que ter conhecimento prático - disse, em entrevista por telefone ao SPORTV.COM.A inclusão de Ricardo Almeida, que está com 35 anos, vem no momento em que os jurados, principalmente no UFC, mais têm recebido críticas dos fãs de MMA pelo mundo, por conta do resultado de algumas lutas. Mas o brasileiro não tem qualquer ligação com a organização. Muitos não sabem, mas quem seleciona os juízes é a comissão atlética do estado que vai sediar determinado evento. No caso de Cachorrão, ele faz parte da Comissão Atlética de Nova Jersey, onde mora, e já julgou em um torneio de lutas local e em duas edições do Bellator. O início no meio não foi premeditado:

Nunca tive essa ideia. Quando me aposentei, ajudei a Comissão de Nova Jersey quando estavam criando programa de MMA amador. Eu e o Renzo (Gracie) ajudamos na parte da criação de regras. Sempre tive um contato bom com eles, moro em Nova Jersey. Quando me aposentei, um dos cabeças da comissão me ligou e perguntou se eu queria. E eu disse que adoraria. É uma maneira de me manter envolvido com o MMA e criar uma liderança.

Como lutador, Cachorrão, que tem base no jiu-jítsu, competiu por 11 anos e conquistou um cartel de 13 vitórias e cinco derrotas (6-5 no UFC). A última luta dele, em março de 2011, foi um revés diante do americano Mike Pyle, por decisão unânime dos jurados. Resultado injusto, na opinião do mesmo: o brasileiro acredita que venceu os dois primeiros rounds daquela ocasião. Depois de se aposentar, fez um curso rápido para poder fazer parte da comissão. Apesar de descartar um retorno aos octógonos, ele não esconde que sente muita falta do que fazia:

- Sinto a maior saudade de lutar. Eu me aposentei antes de ter essa chegada do UFC no Brasil. Queria ter lutado no país. Quando lutava, eu estava 100% ali com o UFC. Hoje em dia estou 100% com meus alunos, com vários projetos da minha academia. Estou feliz da vida aqui. Já lutei no Japão, em Las Vegas, duas vezes em Nova Jersey com todas as academias da cidade me assistindo ao vivo. Sinto falta, mas passou da hora. Hoje os meus projetos são mais no âmbito de fazer crescer o esporte, o jiu-jítsu... A gente nunca sabe, mas neste momento estou feliz da vida como técnico. Quero levar a arte marcial como estilo de vida para as pessoas ou hobby - afirmou Ricardo, que tem como companheiros de equipe e alunos de jiu-jítsu o ex-campeão peso-leve do UFC Frankie Edgar e o peso-leve do Bellator Eddie Alvarez.
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