No próximo dia 19 de maio é o Dia Mundial da Hepatite. Para esta data, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT), por meio da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica juntamente com o Programa Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais e em parceria com os municípios matogrossenses, preparou uma extensa programação do dia 19 a 22 de maio com ações estratégicas de conscientização e sensibilização da população quanto aos cuidados, formas de prevenção e riscos da doença, que visem a promoção a saúde, prevenção e controle deste agravo que afeta a saúde pública.

“O objetivo da ação é conscientizar a população sobre a importância da prevenção da hepatite, pois tem tratamento e existem formas de prevenir e evitar a infecção pelo vírus”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais, Elziaria Teixeira da Silva. “A união de todos é fundamental para que sejam dispensadas atenções especiais quanto ao grave problema das hepatites. O mês de maio é um momento de reflexão. As hepatites virais configuram como um importante problema de saúde pública no mundo. Uma realidade que nos obriga a repensar formas de atuar contra essa doença”, declarou a coordenadora estadual.

Elziaria Teixeira divulga a programação, desde a abertura das atividades, nesta terça-feira (19.05) na Praça Alencastro. Pela manhã, técnicos da saúde farão a distribuição de materiais informativos, vacinação contra a hepatite B e exames sorológicos de hepatite A, B e C. No dia 20 (quarta-feira), a programação acontece nas unidades básicas de saúde, Programas Saúde da Família (PSFs) e demais instituições com atividades de mobilização e informação sobre a doença.

Na quinta-feira (21.05), o local escolhido é o Centro Político Administrativo, na unidade central da SES, onde das 08 às 16h será feita a vacinação para os servidores contra a hepatite B e exames sorológicos de hepatite A, B e C. Encerrando a programação, na sexta-feira (22.05), haverá distribuição de folders e panfletos educativos na Rodoviária.

Além da capital, como forma de informar o maior número de pessoas, os municípios de Sinop, Sorriso, União do Sul, Cláudia, Nova Ubiratã, Matupá, Guarantã do Norte, Peixoto de Azevedo, Pontes e Lacerda, Campos de Júlio, Jauru, Nova Lacerda, Rondolândia, Vale de São Domingos, Conquista D’Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade, Comodoro, Figueirópolis D’Oeste, Rondonópolis, Poxoreu e Campo Verde irão realizar palestras educativas, distribuição de folders, mobilização nas unidades de saúde, sensiblização dos profissionais de saúde e debates.

Elziaria Teixeira destacou ainda, "que o Estado trabalha o ano inteiro, com diversas ações já existentes e propostas para fortalecer a luta, com organizações governamentais e não-governamentais em todo o mundo. O reconhecimento da importância da mobilização no Dia Mundial contra as Hepatites, dia 19 de maio, é o que nos motiva a continuar defendendo o tema e estimulando o fortalecimento das medidas de prevenção e controle dessas doenças no Estado e municípios".

INFORMAÇÕES

As hepatites são doenças causadas por diferentes agentes virais, de distribuição universal, que tem em comum a agressão do fígado. Elas possuem semelhança do ponto de vista clínico laboratorial, mas apresentam importantes diferenças epidemiológicas quanto a sua evolução.

A hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e pode se desenvolver de várias formas. Esta inflamação causa a destruição das células do órgão, ocasionando diversas consequências ao organismo. No Brasil, as maiores incidências são de hepatites B e C, que em fases mais avançadas, podem causar cirrose e câncer de fígado. O câncer de fígado, consequente da cirrose hepática, é a 5ª maior causa de morte por câncer no mundo, totalizando 500 mil mortes por ano. “A prevenção da hepatite pode reduzir também o surgimento de novos casos de câncer de fígado”, explica a coordenadora.

“Tanto a hepatite B como a C são doenças silenciosas, elas não se exteriorizam durante longos anos. Elas só vêm a se manifestar quando já têm complicações, o indivíduo já está com cirrose, um câncer de fígado, uma insuficiência hepática. Isso leva décadas. Se for diagnosticada precocemente, podemos falar em até 70% de cura. Mas se o paciente já chegar com uma cirrose é muito difícil que o mesmo responda ao tratamento”, explica a coordenadora. Uma das recomendações, conforme ela, inclui o uso do preservativo (Camisinha). A chance de pegar hepatite B numa relação desprotegida é bem maior do que a de pegar AIDS.

A hepatite A, que é transmitida via oral - fecal, pode ser prevenível pela vacina que está disponível na rede privada ou no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). A infecção pelo vírus da hepatite A pode causar uma série de sintomas, que variam desde uma infecção leve, assintomática até hepatite grave e morte. Os sintomas mais comuns incluem febre, calafrios e sensação de fraqueza generalizada, anorexia, náuseas, icterícia (amarelamento dos olhos e da pele), urina escura, fezes de cor clara, dor abdominal e fadiga.

ORIENTAÇÕES

Práticas comuns como ir à manicure, colocar um piercing ou ir ao dentista devem receber muita atenção. "Os objetos dos médicos e dos dentistas precisam estar muito bem esterilizados e, no caso da tatuagem, não adianta apenas usar agulha descartável, é necessário também trocar a tinta. Levar o próprio alicate de unha à manicure e não compartilhar objetos cortantes, como lâminas de barbear ou depilar, cortador de unhas, tesouras e escovas de dente, também são medidas válidas", acrescenta Elziaria.

“A prática de lavar as mãos com sabão é um fator primordial na prevenção da hepatite (e de qualquer tipo de doença). Deve-se lavar as mãos antes das refeições, após usar o banheiro ou lidar com frutas e preparação de alimentos. Deve-se tomar sempre água filtrada e, caso não houver filtro, ferver a água antes de beber”, orientou a coordenadora Estadual.

DADOS

De acordo com as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, com relação à hepatite A, no ano de 2007 foram confirmados 241 casos e em 2008, casos. Para a Hepatite B, no ano de 2007 foram notificados 375 casos. Em 2008 foram notificados 334 casos. Com relação à hepatite C em 2007 foram 81 casos e em 2008, 84 casos. “Podemos até perceber um aumento em alguns tipos de hepatite, porém vale ressaltar que o acréscimo se deve à melhora nas informações, busca ativa de casos novos, investigação e notificação”.

O Programa Estadual de Hepatites Virais do Mato Grosso está trabalhando de forma integrada com os municípios e tem estimulado as campanhas de prevenção, manutenção, fornecimento das informações e incentivo ao teste de detecção, que é fundamental para evitar o avanço da doença, que tem de 50% a 80% de cura, se tratada precocemente. "As ações visam diminuir a necessidade de transplante de fígado", finalizou a coordenadora.