O município de Nova Ubiratã (MT) tem demanda para incentivo da agricultura familiar de hortifrutigranjeiros como foco para financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). O segmento requer apoio em assistência técnica e capacitação.
Esta foi uma das necessidades do potencial de desenvolvimento econômico identificada pelo diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), engenheiro sanitarista Cleber Ávila, no município localizado cerca de 440 Km ao Norte de Cuiabá, durante palestra para orientar agentes públicos, empresários e cidadãos em geral sobre o FCO.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Renato Maggioni, apresentou as demandas para a agricultura familiar, principalmente em orientação aos produtores. O sindicato congrega 1.200 famílias da agricultura familiar que criam frango para abate e cultivam frutas, como melancia e abacaxi; hortaliças, verduras e tubérculos, como batata e mandioca. A área para produção é de cerca de 57 mil hectares.
O diretor da Sudeco, Cleber Ávila, informou que a promoção da agricultura familiar, com projetos de incentivo, geração de renda e redução das desigualdades regionais são as principais diretrizes da autarquia vinculada ao Ministério da Integração Nacional.
Ele lembrou que a superintendência pode identificar, estimular e promover oportunidades de investimentos em atividades produtivas e iniciativas de desenvolvimento regional. Motivo da sua visita.
“Vi que o município precisa ter um frigorífico de frango e ter gente especializada em corte de carne. Podemos montar a grade de um curso e contratar uma instituição para realizar a capacitação”.
O diretor assinalou ainda possibilidade de financiamento da superintendência para parques ou distritos industriais, com fonte de recurso para colocar infraestrutura para pavimentação, drenagem e estação de tratamento de efluentes.
Granja
Em sua área produtiva, a empresária Valduze Pezzuti, precisa de fôlego financeiro para tocar e expandir seu pequeno negócio e aumentar produção de ovos. “Preciso de capital de giro. Minhas 1.200 poedeiras não dão para abastecer o município com 100 dúzias de ovos por dia”.
Em seus cálculos, são necessárias 3 mil galinhas matrizes. “Necessito de R$ 15 mil para construir um aviário”. Antes, a granja de Pezzuti produzia 50 dúzias de ovos por semana. Atualmente, a capacidade de consumo é de 150 dúzias por dia só na área urbana de Nova Ubiratã.
Pezzuti também aponta necessidade de orientação. “Preciso buscar assistência técnica em Sorriso, a 85 Km do município”. Sorriso, no norte de Mato Grosso, é o maior produtor brasileiro de soja, com cerca de 10% da safra nacional e produtor de milho. Os produtos são a base para alimentação e engorda na avicultura.
Cadeia leiteira
O presidente do sindicato dos trabalhadores, Renato Maggioni descreveu as qualidades e condições de desenvolvimento da cadeia do leite.
“Em Goiás, vendem o leite a 88 centavos com lucro de 6 centavos. Em Minas Gerais, a 90 centavos e o lucro é de 8 centavos. Aqui vendemos a 57 centavos o litro e temos lucro de 40 centavos. Mas aí temos o veterinário”.
O retorno no município, diz o líder rural, é de cerca de quase seis vezes a média dos Estados tradicionais produtores de leite. ~
Perfil do município
O prefeito da cidade, Osmar Rossetto, destacou outras potencialidades que podem ter como fonte de financiamento de recursos o FCO ou verba de programas da Sudeco. Ele mostrou um panorama socioeconômico de Nova Ubiratã.
Entre as demandas de infraestrutura, listou a construção da rodovia federal BR-242, que corta o município no centro de Mato Grosso e vai ligar Rondônia, Mato Grosso, Goiás e a Bahia.
Nova Ubiratã tem 9.200 habitantes e, de acordo com dados da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz) teve seu Produto Interno Bruto expandido nos últimos anos em 27%. De R$ 352,3 milhões em 2010 para R$ 447,4 milhões em 2011.
O município é o 7º produtor nacional de soja e o 6º estadual da mesma cultura.
