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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Educação

Escola de Poconé expande projeto cultural sobre afro-descendentes

Expandir o projeto “o Negro na Sociedade e na Educação” para atender os bairros mais carentes é a meta para os próximos meses da Escola Estadual Eucaris Nunes Cunha Morais, localiza em Poconé (100 km de Cuiabá). Desenvolvido pela unidade há nove anos, a ação visa difundir entre os alunos a cultura, os costumes e a história dos afro-descendentes da região.


O projeto surgiu em cumprimento a lei federal 10.639/2003 - prevê o ensino da História da África nas Escolas Públicas do país - e ganhou corpo e já integra todos os 980 alunos da unidade. “Agora a ideia é expandi-lo acrescentando mais ferramentas pedagógicas, como a realização de danças e vestimentas específicas de Cabo Verde, país que fica na costa oeste da África”, disse o diretor Ricardo Assis.

Assis participou no mês passado de um intercâmbio entre educadores brasileiros e africanos. Entre os dias 19 e 24 de abril ele esteve no país africano, como representante do Brasil no encontro com a presença de professores de Angola, Portugal e do país sede. “Na ocasião pude conhecer sobre como funciona o sistema educacional do país, bem como observar o modo de vida deles e as semelhanças com os negros daqui”, disse.

Dentro da programação do intercâmbio houve dois dias de reuniões de trabalho, com palestras de representantes do Ministério da Educação local, bem como visitas a uma Escola pública da capital, Praia. “Eles valorizam muito o professor. No dia 23 o país comemorou o dia do professor e foi feriado nacional. Contudo eles não dão muita importância aos outros profissionais da educação como: os técnicos e os apoios administrativos”, disse.

O diretor conta que após os dias de atividades houve visitas aos pontos turísticos e apreciação da cultura e modo de vida da população. “Além da comida exótica, os cabo-verdianos dançam muito. Apesar da maior parte da população ser extremamente pobre e da grande dependência de Portugal, que colonizou o país até 1975, o povo é muito festivo. Esse espírito de alegria, sobretudo da dança penso que podemos trazer para o projeto da Escola”, disse.

Projeto

Segundo Ricardo Assis, ainda no início deste mês os servidores da Escola deverão se reunir para definirem em conjunto a ampliação do projeto “o Negro na Sociedade e na Educação”. “Todo o processo de trabalhos que são realizados durante seis meses com pesquisas sobre a situação dos negros da região de Poconé, referente ao contexto histórico, econômico, social, entre outros será mantido, mas a idéia é acrescentar um pouco da experiência acumulada em Cabo Verde”, contou.

De acordo com a assessora pedagógica, Luciane Aquino, o município de Poconé conta com 27 quilombos. De acordo ela, os moradores dessas comunidades realizam todos os anos um encontro de exaltação as origens e celebração das tradições africanas. “Também almejamos realizar festas anuais, como essa, mas com os afro-descendentes da zona urbana. Para isso precisamos expandir o projeto, sobretudo para os bairros”, contou Assis.

Luciane de Aquino destaca que o exemplo da Escola Eucaris foi seguido pelas demais Escolas Estaduais da cidade. “Apesar de em ações menores, as outras Escolas também realizam atividades voltadas à temática negra. “E é importante notar que os estudantes negros, que são maioria em nossa cidade, após essas iniciativas deixaram de ter vergonha de sua raça e de se assumirem como negros”.

Oportunidade

Assim como o diretor da Escola de Poconé, demais gestores escolares de unidades de ensino que desenvolvem projetos relacionados à temática do negro na educação podem ser selecionados para o intercambio. Quem organiza a seleção no país é a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e as unidades de ensino podem se inscrever no Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Púbico (Sintep), por meio do projeto Mama África.
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