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Domingo, 21 de julho de 2024

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Latino-americanos bebem menos que europeus, diz estudo

Nove países latino-americanos consomem menos álcool do que a Europa e a América do Norte, revelou a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) em um relatório apresentado em uma assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada esta semana em Genebra, na Suíça.


A pesquisa foi feita com base em pesquisas de porta em porta em Brasil, El Salvador, República Dominicana, Costa Rica, Peru, Nicarágua, Venezuela, México e Colômbia e é um trabalho independente sobre padrões de consumo de álcool nos países mencionados, representativos da região latino-americana.

A Flacso, com sede na Costa Rica, foi criada em 1957 com apoio financeiro intergovernamental da América Latina e da Unesco, organização das Nações Unidas para a Ciência, a Cultura e a Educação.

No momento, as conclusões da Flacso mostraram como resultado que seis em cada dez pessoas entre os 18 e os 65 anos consomem álcool nos países latino-americanos pesquisados, levando em consideração "que beberam, pelo menos, um copo no último ano", informou à AFP o coordenador do estudo, Carlos Sojo.

O consumo per capita médio durante um ano nos nove países citado é, segundo a Flacso, de 5,5 litros de álcool puro (8,9 litros para os homens e 2,3 litros para as mulheres). A média brasileira foi de 6,9 litros, acima da média da região.

A OMS atribui uma média de 6,7 litros anuais aos mesmos países latino-americanos, mas em um cálculo feito apenas com números de venda de bebidas alcoólicas, não por entrevistas pessoais.

Estes números da OMS demonstram que o consumo da população adulta na Europa é de 13 litros de álcool por ano e por pessoa, enquanto nos Estados Unidos o nível é de 9,4 litros, e no Canadá, de 9,8 litros, acrescentou a Flacso.

A Flacso espera ampliar seu raio de investigação em 2012 para outros cinco países latino-americanos: Honduras, Guatemala, Panamá, Equador e Argentina.

Considerando as disparidades entre os nove países pesquisados, a Flacso acrescentou que 74,5% de seus moradores consomem "pouco ou nada de álcool". Segundo o estudo, 5% dos habitantes da região têm risco alto de beber muito a longo prazo.

"É necessário desenvolver políticas públicas baseadas na informação, o que estamos fazendo na Flacso, para que se possa combater o consumo nocivo" no segmento de alto risco, disse Sojo.

A prioridade são "os 5% de pessoas que bebem diariamente entre quatro doses (mulheres) e seis (os homens), o que é nocivo para a saúde", afirmou Carlos Sojo.

"Em termos de prevalência de consumo de bebidas alcoólicas, ao menos uma vez nos últimos 12 meses, a situação da América Latina mostra uma prevalência inferior às da Europa, Estados Unidos e Canadá", acrescentou Sojo.

Segundo informações da OMS, a Flacso abordou a pesquisa com o rigor sociológico da objetividade, condição aceita pela organização "Cervejeiros Latino-Americanos", sem fins lucrativos, que reúne a indústria de cerveja do continente e financiou o trabalho, informou à AFP seu secretário-geral, José Manuel Juanatey, presente na assembleia.

A 65ª Assembleia Geral da OMS foi inaugurada na segunda-feira (21) em Genebra e será realizada até 26 de maio com, com a participação de 3 mil pessoas de 178 países.
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