Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ibama, há cerca de um ano, Roberto Messias Franco, em visita a Cuiabá, disse que grande parte dos projetos que chegam em suas mãos para serem licenciados são ruins e carecem de informações. Esse é, segundo ele, um dos principais motivos pelo qual os licenciamentos emperram.

“Não vamos travar nada sem motivo”, diz Roberto, questionado sobre a fama de “vilão” que o Ibama tem por deixar de conceder licenças e acabar impedindo algumas obras grandes de infraestrutura no país.

Ele explica, em entrevista ao Olhar Direto, que quando o projeto que chega ao Ibama está bom, é tudo mais fácil e rápido. Mas, normalmente, o que ocorre é o recebimento de projetos demasiadamente extensos, porém, com informações importantes faltando. “Projeto não é por quilo, é por qualidade”, afirma o presidente, ressaltando que as maiores dificuldades nos processos de licenciamentos não são causados pelo Ibama.

Ele afirma que o critério tem que estar presente, sim, no trabalho do órgão, mesmo que isso gere conflitos com alguns. “Não podemos deixar de ser rigorosos. Passa por nós autorizar obras grandes que têm a ver com o futuro de muita gente. A nossa responsabilidade é com o futuro do país”.

Roberto Messias ressalta que é um trabalho muito árduo aliar crescimento, desenvolvimento e preservação do meio ambiente. “Se duros demais, somos acusados de travar o desenvolvimento. Se coniventes demais, somos acusados de deixar destruir aquilo que a maioria não quer ver destruído”, diz.

Roberto conta que o grande desafio é saber “como fazer”, por isso a necessidade de uma análise bastante consistente de cada projeto. “Devemos analisar cada custo e cada benefício de todos os passos que damos”.